Jovem que ficou em coma após cair de prédio, só pensou no show de Luísa Souza
Depois de três dias de coma profundo, Bruno acordou sem consciência do que havia acontecido

Um jovem morador de Uberaba (MG) contou um pouco mais sobre sua infortunada situação após uma noite de bebedeira com amigos ao som de Luísa Sonza e Ana Castela. O rapaz, Bruno Campos, de 30 anos, acabou ficando em coma por três dias após tentar fazer xixi em uma sacada e cair de uma altura de oito metros.
Quem divulga essa história é Rafaela Polo, do UOL, de São Paulo. O rapaz deu seu depoimento contando como tudo começou: “Em novembro de 2022, teria um evento na cidade com Ana Castela, Luísa Sonza e outros, e recebi amigos em casa para irmos juntos. As festas, open bar, em geral, começavam à tarde, por volta de 14 horas. Às 20 horas, a gente voltava para casa, se arrumava e retornava para ver os shows — que podiam ir até a manhã do dia seguinte”.
Ele prossegue afirmando que estava em uma fase muito ruim de sua vida, em meio a uma decepção amorosa e profissional. O momento serviria para esquecer todo esse caos e curtir com seus amigos, que desempenham um papel importante nessa cena. Segundo Bruno, dois de seus amigos eram antes um casal, o que o levou a separá-los antes de dormir.
Com um no colchão no chão e a outra na cama, foram dormir na casa de Bruno. Este, ao acordar, viu que havia um movimento no banheiro e pensou que pudesse ser o ex-casal. Não querendo atrapalhar e precisando muito fazer xixi, foi até a sacada, onde tudo aconteceu: “Juntando a bebedeira com o sono, enquanto eu fazia xixi, acabei adormecendo, caí para frente, bati a cintura no guarda-corpo e não consegui me segurar. Acabei caindo de uma altura de oito metros. Na queda, bati a cabeça e entrei em coma”.
Muito depois, confirmou-se que os amigos não estavam juntos, mas apenas tinham ido dormir em outro cômodo. Bruno destaca que, ao cair, acordou não só os amigos, mas todo o prédio, que, desesperado, tentou socorrê-lo em uma casa que estava fechada e com os inquilinos ausentes. Um de seus amigos, aterrorizado com o sangue no chão, fugiu, afirmando que Bruno teria que pagar pelo arrombamento da casa e todos os custos assim que acordasse.
Já no hospital, a cena foi dramática. Acordando com a visão de sua mãe, seu pai e uma amiga próxima, Bruno não entendia a situação: “Caí em um domingo de manhã e acordei na tarde da quarta-feira. Quando abri o olho, vi meu pai, minha mãe e minha melhor amiga. Os três moram em uma cidade a 200 km de mim […] Minha mãe estava com cara de choro, meu pai sorrindo, minha amiga com a cara inchada. E a primeira coisa que me veio à cabeça e que eu disse em voz alta foi: ‘Estou perdendo o show da Luísa Sonza'”.
Depois de tomar consciência da situação, o rapaz teve alta no sétimo dia: “Minha oxigenação estava em 63%. Os médicos me explicaram que eu estava com um quadro sério: embolia pulmonar — mais grave até mesmo do que as minhas fraturas. Comecei a fazer fisioterapia pulmonar e tive alta quatro dias depois. O médico explicou o que estava acontecendo: disse o que eu tinha quebrado e que tinha passado por cirurgia.”
Após terapia e uma árdua fisioterapia, Bruno viria a recuperar plenamente os movimentos da perna em sete meses, mas o avanço surpreendeu até mesmo os médicos. Com metade desse tempo, o mato-grossense já estaria “novo em folha”, mas o corpo mudou, e a consciência, no entanto, também mudou. Quando questionado sobre o consumo de álcool ou mesmo sobre a altura em que mora, Bruno contou que está bebendo com mais consciência:
“Continuo morando no mesmo apartamento e não tenho nenhum trauma de altura. Não parei de beber também, apenas consumo álcool com mais consciência. E, claro, dou muito mais importância à minha saúde mental. Fiquei muito feliz por acordar bem e vivo. Passou, e hoje estou aqui”. A entrevista, na íntegra, você acessa diretamente no UOL.