Uma nova linhagem do vírus Sars-CoV-2, chamada XEC e pertencente à variante Ômicron, a mesma do Corona Vírus, foi recentemente identificada no Brasil, com casos registrados nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. A descoberta inicial foi feita pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em amostras de pacientes diagnosticados com covid-19 na capital fluminense em setembro.

A linhagem XEC, que apresenta características específicas e mutações relevantes, tem sido monitorada por sua possível influência na transmissão da covid-19. O Ministério da Saúde e as secretarias de saúde do Rio de Janeiro foram imediatamente informados sobre a presença da nova linhagem, e as sequências genéticas foram publicadas na plataforma Gisaid para acesso global.

A XEC é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma “variante sob monitoramento”, status que se aplica a linhagens que apresentam mutações com potencial de afetar o comportamento do vírus, incluindo transmissão e resistência a anticorpos. Desde seu surgimento, a XEC despertou interesse da comunidade científica por seu rápido aumento de casos, primeiramente observado na Alemanha e, posteriormente, em diversos países.

Em pouco tempo, a linhagem se espalhou por várias regiões, incluindo Europa, Ásia, Oceania e Américas, acumulando milhares de registros genéticos. Segundo dados preliminares de pesquisadores, ela pode ter maior transmissibilidade em relação a outras variantes da covid-19.

Paola Resende, pesquisadora do IOC, comentou que, enquanto em outros países a XEC mostrou sinais de maior disseminação, ainda é cedo para afirmar o mesmo sobre sua presença no Brasil. Isso ocorre porque a resposta imunológica da população brasileira é influenciada por outras variantes do Sars-CoV-2 que já circularam pelo país, o que pode modificar o impacto da XEC sobre o cenário nacional da covid-19.