Substância extraída da gema do ovo é capaz de tratar Parkison e gripe
A descoberta foi feita na Universidade de Santa Catarina e não há registro de eventos adversos causados pela ingestão da substância

A substância Palmitoiletanolamida (PEA) tem se mostrado eficaz como analgésico e anti-inflamatório, com resultados promissores no tratamento de gripe, Parkinson, esclerose múltipla, glaucoma, endometriose, acidentes vasculares e outras doenças. As vantagens da substância podem ser comparadas às dos canabinoides — extraídos da cannabis, a maconha — mas com a vantagem de poder ser vendida sem prescrição em farmácias e drogarias.
A Palmitoiletanolamida foi descoberta há mais de 60 anos como um nutriente biologicamente ativo presente na lecitina de soja, nas gemas de ovo e na farinha de amendoim. Ela é sintetizada no corpo em diversos tipos de células, como as imunológicas, neurônios e células da glia (conjunto de células do sistema nervoso central que sustentam e nutrem os neurônios), principalmente em resposta a estímulos como inflamação ou lesões.
O artigo com detalhes sobre o estudo foi escrito pelo doutor em Farmacologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Fabricio Pamplona, e publicado no The Conversation. Entre os resultados promissores da descoberta está o bloqueio da anafilaxia articular passiva, uma reação alérgica grave, em porquinhos-da-índia. Além disso, estudos posteriores demonstraram que a substância reduziu os sintomas virais e da gripe. Não há registro de eventos adversos causados pela ingestão da substância.
Houve também uma redução significativa dos sintomas em pacientes com Parkinson, além de grande potencial em terapias de reabilitação neurológica. Benefícios foram observados também em pessoas com esclerose múltipla, em que a PEA foi responsável por aliviar a dor e melhorar a qualidade de vida do paciente. Portanto, a PEA é eficaz em processo de restabelecimento da homeostase (processo pelo qual o organismo mantém seu equilíbrio interno) com vasto potêncial terapêutico.