Muitas vezes os ataques de tubarões acontece porque os animais confundem as silhuetas dos seres humanos com as de suas presas habituais, o que ocorre como uma grande preocupação dos surfistas em alto mar. Como não é possível alterar esse comportamento dos bichos, os estudiosos da Universidade Macquarie, na Austrália, encontraram uma solução para reduzir esses ataques.

A estratégia constitui em instalar luzes na parte inferior de pranchas de surfe, caiaques e até em trajes de mergulho. A pesquisa foi publicado na última segunda-feira (11), na revista científica Curreny Biology. O estudo surgiu de uma investigação para o sistema visual dos tubarões brancos, já que pesquisas anteriores mostram que essa espécie é daltônica (possui uma percepção limitada na identificação de cores).

Para capturar suas presas, eles se orientam principalmente pelas silhuetas, sem distinguir claramente o que estão observando, o que ajuda a explicar os ataques acidentais a humanos. Com isso, os cientistas buscaram modificar as silhuetas de pranchas de surfe. A inspiração parte de peixe-sapo Porichthys notatus, que, quando jovem, possui estruturas em sua parte inferior que emitem luz (fotóforos), alterando sua silhueta para confundir predadores.

Em um experimento na África do Sul, para atrair predadores, eles jogaram pedaços de espuma em forma de foca com luzes acopladas na face virada para a água. Por mais de 500 horas de testes, os cientistas testaram várias configurações de luzes LED, além de luzes estroboscópicas, iluminação em faixas horizontais e verticais.

Entre os resultados, uma da indicações apontam que as focas artificiais foram mais atacadas quando não existia iluminação. A luz intensa e constante se mostrou ser mais eficaz dentre todos os padrões testados. Com relação a posição, a iluminação em faixas verticais foi menos eficiente do que a horizontal, provavelmente porque dividia a silhueta em partes mais longas, permitindo que os tubarões ainda enxergassem as focas.

“É como uma capa de invisibilidade, mas com a exceção de que estamos dividindo o objeto, a silhueta visual, em pedaços menores”, disse Nathan Hart, chefe do Laboratório de Neurobiologia da universidade, em comunicado. “É uma interação complexa com o comportamento doAs luzes têm que ter um certo padrão, um certo brilho.” Outros testes e experimentos seguem em testes com o objetivo de criar um protótipo de equipamento que possa ser instalado em pranchas e embarcações para prevenir ataques.