Lançada pela Netflix no dia 29 de novembro, a série Senna retrata a trajetória do tricampeão mundial de Fórmula 1, Ayrton Senna, desde os primeiros passos no kart até sua consagração como um dos maiores ícones do automobilismo. Contudo, a abordagem superficial e enviesada de aspectos de sua vida pessoal, como o relacionamento com Adriane Galisteu, tem gerado controvérsias.

A polêmica principal gira em torno da representação de Galisteu, última namorada do piloto. Na série, a interação entre os dois é breve: ela aparece em uma comemoração pela vitória de Senna em Interlagos, 1993, e, mais tarde, em uma ligação telefônica antes do trágico acidente em Ímola, 1994. Por outro lado, o relacionamento de Senna com Xuxa Meneghel recebe maior destaque, com várias cenas dedicadas à apresentadora.

Essa escolha narrativa exprime uma história de conflitos fora das telas. Galisteu e a família de Senna nunca tiveram uma relação harmoniosa. Desde o início do namoro, em 1993, quando Adriane tinha 19 anos e Ayrton, 33, o relacionamento enfrentou resistência familiar. Após a morte do piloto, essa tensão aumentou, com a família promovendo Xuxa como figura central de sua memória afetiva, enquanto Galisteu se sentia injustamente excluída.

No entanto, a exclusão de Galisteu continua sendo alvo de críticas do público. Na época do lançamento, a apresentadora evitou comentar sobre a série, optando por destacar outros trabalhos, como Amor da Minha Vida, no Disney+. Sua postura reflete a insatisfação com a forma como seu papel na vida de Ayrton foi retratado e a continuidade de um conflito que começou quase três décadas atrás.

Ao longo do filme-documentário, vemos o início da relação de Ayrton com Galisteu, onde teriam se conhecido em uma balada logo após a vitória do piloto em 1993 e, no dia seguinte, passariam a se falar por telefone, onde Adriane Galisteu teria se mostrado preocupada com a disputa de Ayrton Senna pelo prêmio ímola, em 1994.

Porém, segundo a modelo que já veio à público contar essa história, parece que não foi bem assim: “Eu fui trabalhar no autódromo, para a Shell, segurando o guarda-chuva. Brava de estar lá, não gostava de corrida, mas pagava bem” começa Galisteu “E aí ele me olhou, eu não dei a menor bola. Num segundo momento ele me chamou pra conversar com ele e eu falei que minha avó era muito fã dele”

Continuando, acrescenta: “Eu nunca imaginei que esse homem estava me dando esse tipo de bola. A gente começou a conversar e ele tímido, mas depois que conheci ele melhor, eu entendi que ele estava me cantando mesmo. Perguntei coisas absurdas pra ele, e ele foi me respondendo naturalmente. Até que ele foi na minha casa na Lapa, ele conheceu meu irmão, minha mãe e me pediu em namoro formalmente para a minha mãe” finalizou.

A decisão de limitar a presença de Galisteu na série foi um ponto delicado. Para viabilizar a produção, foi necessário um acordo entre a Netflix e a família Senna. Como resultado, a apresentadora, interpretada por Julia Foti, aparece por pouco mais de dois minutos ao longo dos seis episódios. Segundo Gabriel Leone, ator que vive Ayrton, essa escolha não teve relação com disputas, mas com a estrutura do roteiro, que se concentrou em momentos específicos da vida do piloto.