Como começamos a celebrar o Ano-Novo? Conheça a historia da tradição
Somente com a introdução do calendário gregoriano no Ocidente, em 1582, é que o dia 1º de janeiro passou a ser universalmente reconhecido como o início de um novo ano

As celebrações de Ano-Novo possuem raízes que remontam a civilizações antigas, com registros que apontam para a Mesopotâmia, região que atualmente corresponde ao Iraque, Síria, Kuwait e Turquia, como um dos primeiros locais onde a data foi marcada. Há cerca de 4 mil anos, os habitantes dessa região, que dependiam da agricultura, celebravam a chegada da primavera, momento que marcava o início de uma nova safra. Assim, o “Ano-Novo” era comemorado no equinócio de primavera, do dia 22 para o dia 23 de março.
Somente com a introdução do calendário gregoriano no Ocidente, em 1582, é que o dia 1º de janeiro passou a ser universalmente reconhecido como o início de um novo ano. Ainda assim, algumas tradições daquela época permanecem vivas até hoje, como os rituais que simbolizam esperança e prosperidade, práticas similares às realizadas nas celebrações contemporâneas.
O termo “Réveillon“, usado para se referir à festa de Ano-Novo, surgiu na França no século XVII. Originalmente, essa palavra designava festas luxuosas promovidas pela nobreza, que se estendiam durante toda a noite. Mais tarde, com a decadência da nobreza, a celebração foi adaptada e passou a designar especificamente a noite que antecede o Ano-Novo.
No século XIX, países influenciados pela cultura francesa, como o Brasil, também adotaram a tradição. Aqui, no entanto, ela ganhou elementos próprios, como comidas típicas, personagens e práticas adaptadas à cultura local. No Brasil, o Réveillon é celebrado de diversas formas. Nas praias, é comum que pessoas devotas a Iemanjá, a Rainha do Mar, realizem oferendas e pulem sete ondas como forma de atrair sorte e boas energias.
Esse ritual está ligado à tradição iorubá, originária da Nigéria, que foi incorporada ao candomblé e à umbanda no país. O uso do branco durante as celebrações de Ano-Novo também é uma prática marcante no Brasil. A tradição começou na década de 1970, quando membros do candomblé, em rituais realizados na praia de Copacabana, vestiam-se de branco para simbolizar paz e pureza.
O visual encantou outros participantes, que adotaram a prática, tornando-a parte do imaginário coletivo do Réveillon brasileiro. Por fim, a queima de fogos, uma das atrações mais aguardadas da virada de ano, tem origem na China, há mais de 2 mil anos. Os chineses acreditavam que os fogos espantavam espíritos malignos. No Brasil, essa tradição foi trazida por imigrantes italianos e portugueses e se consolidou como um espetáculo indispensável nas celebrações de Ano-Novo.