A Suíça e a Itália revisaram sua fronteira montanhosa nas proximidades do icônico pico Matterhorn, em resposta ao derretimento acelerado dos glaciares nos Alpes, uma consequência direta das mudanças climáticas, por muitas vezes negada pela cegueira de ambientalistas.

O governo suíço informou na última sexta-feira (27) que a delimitação da fronteira, tradicionalmente definida por bacias hidrográficas e cristas de glaciares, precisou ser ajustada. A Europa, o continente que mais sofre com o aquecimento global, tem visto os efeitos mais dramáticos nas regiões alpinas.

De acordo com o serviço meteorológico Copernicus da União Europeia, os glaciares dos Alpes perderam 10% de seu volume nos últimos dois anos. Estudos indicam que, mesmo com um aquecimento global limitado a menos de 2°C, os glaciares ainda perderão metade de seu volume até 2050.

O impacto do derretimento também tem alterado rotas montanhosas e aumentado o risco de deslizamentos de gelo. A área afetada pelo ajuste de fronteira inclui a famosa estação de esqui de Zermatt, um destino turístico de renome, onde visitantes podem atravessar livremente entre a Suíça e o vale Valtournenche, na Itália.

As duas nações concordaram em redefinir a fronteira em torno de marcos como Testa Grigia, Plateau Rosa e Rifugio Carrel, levando em consideração interesses econômicos e geográficos. Embora a Suíça já tenha ratificado o tratado na última sexta-feira, a Itália ainda precisa formalizar a aprovação das mudanças.