Pessoas com TDAH vivem menos, diz estudo
A diferença na expectativa de vida é de até 8,6 anos para mulheres

Uma nova pesquisa focada no TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade) aponta que pacientes com a condição podem apresentar uma expectativa de vida mais curta em comparação a pessoas do mesmo sexo sem o transtorno. Por exemplo, homens diagnosticados com TDAH vivem, em média, 6,8 anos a menos que os demais, enquanto, entre as mulheres, essa diferença é ainda maior, chegando a 8,6 anos.
O estudo foi conduzido com base em dados de cuidados primários de mais de 9 milhões de adultos no Reino Unido, abrangendo o período de 2000 a 2019. A pesquisa avaliou 30.039 pessoas diagnosticadas com TDAH, comparando-as com um grupo de controle composto por 300.390 participantes neurotípicos, com características semelhantes em termos de idade, sexo e cuidados de saúde. Os resultados foram publicados nesta quinta-feira (23), na revista British Journal of Psychiatry.
O TDAH é caracterizado por um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade, que frequentemente causa impactos negativos no desempenho acadêmico, profissional ou social. Os pesquisadores ressaltam que o transtorno não é a causa direta da redução na expectativa de vida, mas está associado a uma maior probabilidade de desenvolver distúrbios de saúde mental.
Além disso, fatores como dificuldades no acesso a cuidados médicos adequados e escolhas de estilo de vida podem contribuir para o risco de morte precoce. Especialistas destacam que, na vida adulta, pessoas com TDAH podem ter mais dificuldade em controlar os impulsos, o que pode levar a comportamentos de risco. Em alguns casos, também são necessários tratamentos específicos para condições como abuso de substâncias ou depressão severa.
Os dados reforçam a importância de enxergar o TDAH não apenas como um transtorno infantil, mas como uma condição que pode persistir ao longo da vida e que requer manejo adequado para garantir qualidade de vida. Isso reforça a necessidade de diagnóstico precoce e intervenções apropriadas.
Embora as estimativas indiquem que 3% a 4% dos adultos no mundo tenham TDAH, muitos nunca tiveram acesso a uma avaliação completa. Mesmo entre aqueles que buscaram ajuda, uma parcela significativa pode não ter recebido um diagnóstico adequado.