Nas últimas três décadas, a diversidade genética entre espécies de animais e plantas tem sofrido um declínio significativo, conforme aponta um estudo publicado na revista Nature. A pesquisa analisou dados de 628 espécies coletados entre 1985 e 2019, abrangendo mais de 600 espécies de animais, plantas, fungos e cromistas em 141 países.

Os resultados indicam que aproximadamente dois terços das populações estudadas apresentam redução na variabilidade genética, fator crucial para a adaptação e sobrevivência das espécies. A diversidade genética dentro de uma espécie é fundamental para sua capacidade de enfrentar mudanças ambientais. Vale lembrar que diante de novas doenças ou eventos climáticos extremos, as espécies com características genéticas específicas podem sobreviver e transmitir esses traços às gerações futuras, garantindo a continuidade da população.

Fatores como perda de habitat, mudanças climáticas, espécies invasoras e novas doenças têm contribuído para o declínio da diversidade genética. Mesmo em populações não consideradas em risco, observa-se essa tendência preocupante. A redução da variabilidade genética torna as espécies mais vulneráveis a ameaças futuras, como doenças, devido ao menor número de parceiros potenciais e à diminuição da mistura genética.

No entanto, iniciativas de conservação direcionadas têm mostrado sucesso na reversão dessas perdas. Na Austrália, por exemplo, esforços para estabelecer populações de bandicoots dourados ameaçados de extinção têm sido eficazes. Ao selecionar cuidadosamente os animais e monitorar geneticamente essas populações, foi possível manter a diversidade genética por várias gerações.