Saiba por que países da América e Europa disputam por naufrágio após 300 anos de busca
Sumindo de vista no atlântico em 1980, o San José voltou a ser disputa comercial bilionária entre Colômbia, Espanha, Estados Unidos e povos indígenas

O galeão espanhol San José afundou em 1708 enquanto navegava do que hoje é o Panamá em direção à cidade portuária de Cartagena, na Colômbia. Ele estava destinado a cruzar o Atlântico rumo à Espanha, mas foi interceptado por um navio de guerra britânico, pois os espanhóis estavam em guerra com os britânicos na época.
O naufrágio permaneceu perdido no fundo do mar até a década de 1980, quando a empresa de salvamento norte-americana Glocca Mora anunciou tê-lo encontrado em 2015. Eles tentaram persuadir o governo colombiano a firmar uma parceria para resgatar o tesouro e dividir o valor, mas as negociações falharam devido à falta de consenso sobre a divisão dos lucros, resultando em uma batalha judicial.
O estado espanhol também reivindicou seus direitos, alegando que o San José e sua carga continuam sendo propriedade da Espanha. Além disso, grupos indígenas da Bolívia e do Peru exigem uma parte do espólio, argumentando que o tesouro não pertence à Espanha, pois é fruto de saques das minas andinas realizados pelos espanhóis durante o período colonial.
Porém, arqueólogos também palpitaram sobre o tesouro e, afim de preservar tanto o navio histórico quanto preservar os países que entraram na briga, dizem para não tocarem no navio. Caçadores de tesouros, por outro lado, ressaltam o imenso valor comercial da carga, que pode chegar a até US$ 18 bilhões, ou seja, 99 bilhões de reais.
Apesar de ter sido descoberto há anos, ainda não há consenso sobre quem tem direito ao tesouro ou o que deve ser feito com os restos do navio. O caso envolve disputas judiciais na Colômbia e nos EUA, e atualmente está sendo tratado no Tribunal Permanente de Arbitragem em Haia. A Colômbia e a Espanha reivindicam o galeão, assim como uma empresa de salvamento dos EUA e grupos indígenas sul-americanos.