Recém descoberta, a aphantasia é uma condição neurológica caracterizada pela incapacidade de visualizar imagens mentais. Para indivíduos com aphantasia, tarefas como imaginar cenários, visualizar rostos ou lembrar de eventos passados não envolvem imagens, mas sim uma ausência de representações visuais.

Essa condição pode se manifestar de maneira completa, quando a pessoa não consegue criar nenhuma imagem mental, ou parcial, quando apenas algumas visualizações são limitadas. A aphantasia não é considerada uma deficiência, mas sim uma variação do funcionamento cerebral.

A descoberta dessa condição tem sido formalmente descrita apenas em 2015, embora algumas pessoas já tivessem consciência dessa diferença antes. Estudos indicam que entre 1% e 3% da população global pode ser afetada. Para muitos, perceber que possuem essa condição ocorre de maneira acidental, ao compararem suas experiências mentais com as de outros. Até então, muitas pessoas com aphantasia não imaginavam que seu modo de pensar era diferente, ao contrário, pensavam que todos fossem como elas.

Apesar de não conseguirem visualizar mentalmente, pessoas com aphantasia geralmente não apresentam prejuízos na memória ou na criatividade. Elas podem lembrar-se de detalhes de maneira factual e lógica, mas sem o componente visual que a maioria associa a lembranças. Isso também impacta atividades como leitura e planejamento, já que não conseguem “ver” mentalmente as cenas descritas ou prever resultados de ações visualmente.

Compreender a aphantasia ainda está em desenvolvimento, mas pesquisas sugerem que ela envolve diferenças em como o cérebro se conecta e ativa as áreas responsáveis pela imaginação visual. A condição não impede a criação artística ou o sucesso em áreas como ciência e tecnologia, tanto que alguns artistas e pensadores famosos possuem a característica, como Ed Catmull, co-fundador da Pixar e ex-presidente do Walt Disney Animation Studios e Derek Parfit, filósofo britânico.