Após morte de Francisco, saiba como funcionará eleição para escolha do novo Papa
A escolha do novo Papa poderá indicar se a Igreja seguirá na linha reformista iniciada por Francisco ou se tomará um novo rumo em questões como a inclusão, a modernização e o diálogo com o mundo contemporâneo.

Com a morte do Papa Francisco na madrugada desta segunda-feira (21), aos 88 anos, a Igreja Católica inicia um de seus mais solenes e discretos processos: a escolha de seu novo líder espiritual. O processo, conhecido como conclave, ocorre no Vaticano e reúne cardeais do mundo todo para uma votação sigilosa.
O conclave é o procedimento pelo qual a Igreja Católica elege o novo Papa. O termo vem do latim cum clave, que significa “com chave”, em alusão ao isolamento absoluto a que os cardeais eleitores são submetidos. Eles se reúnem na Capela Sistina, onde permanecem completamente incomunicáveis com o mundo externo até que uma decisão seja tomada.
Estão aptos a votar todos os cardeais com menos de 80 anos de idade na data da morte do pontífice. Esse grupo pode somar até 120 cardeais, embora o número atual esteja um pouco abaixo disso. Eles vêm de diversas partes do mundo, o que representa a diversidade geográfica da Igreja contemporânea.
Antes das votações começarem, três cardeais são sorteados para contar os votos e outros três para revisar o processo. Cada cardeal preenche manualmente uma cédula de papel com o nome de seu candidato preferido — que deve ser um dos presentes, embora, em teoria, qualquer batizado possa ser eleito Papa. No entanto, por tradição moderna, sempre se escolhe um cardeal.
Para ser eleito, o candidato precisa obter pelo menos dois terços dos votos dos presentes. No primeiro dia de conclave ocorre uma votação. Se nenhum candidato alcançar esse número, são realizadas até quatro votações por dia nos dias seguintes.
Se mesmo após várias rodadas não houver consenso, o processo prevê até quatro intervalos com sete votações entre eles. Persistindo a indecisão, os cardeais podem então limitar a votação aos dois nomes mais votados até que um deles alcance os dois terços exigidos.
E como a população de fiéis saberá sobre o Papa escolhido? O sinal visual mais famoso do conclave é a fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina. Fumaça preta significa que ainda não há um nome escolhido. Quando o novo Papa é finalmente eleito, a fumaça branca sobe, sinalizando ao mundo que a Igreja Católica tem um novo líder.
O cardeal escolhido é então questionado se aceita o cargo. Caso aceite, é perguntado que nome adotará como Papa. Depois disso, o novo pontífice é apresentado aos fiéis na sacada da Basílica de São Pedro com a famosa frase: Habemus Papam — “Temos um Papa”.
A escolha do novo Papa poderá indicar se a Igreja seguirá na linha reformista iniciada por Francisco ou se tomará um novo rumo em questões como a inclusão, a modernização e o diálogo com o mundo contemporâneo.