CPI das Bets: Virginia explica polêmica sobre ganhar dinheiro em cima de perdas
Virginia negou que seu contrato com plataformas de apostas, como a Esportes da Sorte, incluísse qualquer forma de comissão sobre o dinheiro perdido pelos apostadores

A influenciadora e empresária Virginia Fonseca compareceu nesta terça-feira (13) ao Senado Federal para prestar depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga irregularidades no mercado de apostas online no Brasil. Com mais de 50 milhões de seguidores nas redes sociais e presença marcante na publicidade digital, a influenciadora foi questionada sobre sua participação em campanhas promovendo casas de apostas e rebateu diretamente uma das principais polêmicas envolvendo seu nome: a suspeita de que ela lucraria com as perdas dos usuários.
Durante a oitiva, Virginia respondeu às perguntas dos senadores e negou veementemente que seu contrato com plataformas de apostas, como a Esportes da Sorte, incluísse qualquer forma de comissão sobre o dinheiro perdido pelos apostadores. A acusação veio à tona após uma reportagem da Revista Piauí, publicada em janeiro deste ano, que sugeria que a influenciadora teria recebido até 30% sobre as perdas dos usuários indicados por ela.
“Na época da reportagem, eu não pude me pronunciar por orientação jurídica e por cláusulas de confidencialidade contratual”, explicou Virginia ao senador Izalci Lucas (PL-DF), relator da CPI. Ela afirmou que, apesar do alto valor divulgado — R$ 29 milhões —, o contrato previa bonificações baseadas apenas no desempenho da empresa, e não no prejuízo dos jogadores.
“O contrato que tive com a Esportes da Sorte previa que, se a empresa dobrasse seu lucro durante o período da nossa parceria, eu receberia um bônus de 30%. Mas esse lucro nunca foi dobrado, então, nunca recebi nenhum valor extra além do que estava estabelecido inicialmente”, esclareceu a influenciadora.
Virginia também destacou que nunca participou da operação técnica dos sites e que sua atuação se restringia à publicidade contratada. Ela reafirmou que não tem controle sobre o comportamento dos usuários nas plataformas e que cumpre as orientações legais passadas por sua equipe jurídica.
A convocação da influenciadora ocorreu em meio à repercussão da Operação Game Over 2, conduzida pela Polícia Civil de Alagoas, que investiga o uso de influenciadores digitais para promover sites de apostas ilegais. A CPI das Bets tem mirado personalidades com alto alcance nas redes sociais para entender o papel que celebridades têm desempenhado na popularização de casas de apostas — muitas delas operando sem regulamentação adequada no Brasil.
A influenciadora, nos top trends nas redes sociais, não convenceu muito bem os internautas que acompanham de cabo a rabo o caso. Alegações de contradição nas falas de Virginia e até mesmo manipulação dos dados foram levantadas na web. Segundo alguns, a famosa desmentir que ganha em cima de perdas dos usuários e ao mesmo tempo afirmar que o contrato aumentaria seu salário caso o site dobrasse suas rendas são perfeitas contradições já que o próprio site de aposta fatura com o dinheiro perdido por jogadores:
“Virgínia explicou sobre a polêmica dela ganhar dinheiro em cima das percas dos seguidores nos jogos de azar, a influenciadora explicou que se dobrasse o lucro da empresa ela ganharia 30% a mais, e que nunca existiu esse cachê da desgraça alheia. Agora me explica, como que uma empresa de BET lucra o dobro sem fazer os apostadores perderem?” escreve um usuário.