Adriane Galisteu, ao participar do reality show Barreiras Invisíveis, usou o espaço para desabafar sobre sua relação com a família de Ayrton Senna, que faleceu em 1994. Ela revelou que, durante anos, se sentiu ignorada pelas pessoas mais próximas de Senna. “Sofro um apagamento que não é de agora, é da vida inteira. Mas eles não vão conseguir me apagar. Podem contar uma história muito diferente da que vivi, mas estou viva para contar a minha versão”, declarou.

Galisteu aproveitou para afirmar que sua vivência ao lado do piloto foi intensa: “Quem viveu com o Senna 24 horas, dormiu, acordou, se divertiu, chorou, fomos eu e ele”. A dificuldade de aceitação por parte da família teria sido clara desde o início: segundo ela, naquele um ano e meio em que estiveram juntos, encontraram os parentes dele apenas três vezes — e isso porque eram pouco conhecidos por eles.

A apresentadora também lembrou que, àquela altura, Senna era visto pela família como metódico, engajado em patrocínios, quase sempre focado. Em contraste, ao se envolver com ela, revelou outras facetas: era ciumento, espontâneo e divertido — aspectos que, segundo Galisteu, teriam incomodado.

O distanciamento da família Senna teria sido notório inclusive no velório de Ayrton. No documentário, ela relatou ter sido identificada como “amiga” — e não como parte da família — ao receber um adesivo. No entanto, registros do velório mostram que ela portava o adesivo “F”, de família.

Recentemente, com a chegada da série “Senna” na Netflix, que dedica apenas breves minutos ao seu relacionamento, Galisteu voltou a se posicionar. Ela ressaltou que, embora possa haver tentativas de apagamento, permanece pronta para contar sua versão: “Eu estou viva para contar a minha versão”. E deixou claro: se Viviane Senna — irmã do piloto — quiser sentar para um café e conversar, ela estará disposta.

A história da apresentadora ecoa a publicação do seu livro Caminho das Borboletas, lançado em 1994, que registrou os 405 dias ao lado de Senna e foi best‑seller logo após o acidente fatal em Imola. Hoje, esse relato, ainda pouco explorado em séries e documentários oficiais, segue sendo tema de debates e mostra como diferentes versões podem coexistir — e nem sempre convergir — na construção de uma memória coletiva.