Em meio a um cenário de instabilidade econômica, tensões políticas e preocupações crescentes com questões como mudanças climáticas, muitos jovens — especialmente da geração Z — têm buscado formas alternativas de lidar com ansiedade, estresse e dificuldades para dormir. Entre as soluções inusitadas que vêm ganhando espaço em países como China e Estados Unidos, está o uso de chupetas por adultos.

Tradicionalmente associadas à infância e utilizadas para acalmar bebês, elas agora aparecem como um recurso simbólico de conforto emocional. A popularidade das chupetas nesse novo público está ligada a promessas como melhora da qualidade do sono, alívio da tensão diária e até auxílio no processo de parar de fumar.

Na visão de especialistas, o fenômeno pode ser explicado pelo conceito de regressão: um retorno inconsciente a fases anteriores da vida como forma de fugir das responsabilidades e da pressão da vida adulta. No entanto, o recurso não resolve as causas da ansiedade e não substitui práticas efetivas de autocuidado.

Nas redes sociais, não faltam registros de jovens exibindo chupetas no trabalho, no trânsito ou durante crises de burnout. Muitos até personalizam o acessório com pedrarias, miçangas e adesivos, transformando-o em um item de moda. Porém, o uso de objetos ligados à infância como fonte de conforto não se limita às chupetas.

Nos últimos anos, outros itens nostálgicos ganharam espaço entre adultos, como os bichinhos de pelúcia que antes ficavam guardados e agora aparecem como chaveiros e acessórios, e os bonecos Labubu, figuras lúdicas de pelúcia com orelhas de coelho e sorriso travesso, muitas vezes customizados com roupas e acessórios em miniatura.