MC Poze do Rodo resolveu se manifestar após ser criticado por não demonstrar apoio público ao amigo e parceiro musical Oruam, preso em julho deste ano. A cobrança partiu de fãs que lembraram como, em junho, quando Poze foi detido, Oruam esteve à frente de mobilizações virtuais e até físicas, incentivando manifestações em frente ao presídio. Desta vez, porém, muitos apontaram que Poze teria se limitado a reflexões pontuais nas redes sociais, sem a mesma postura ativa.

Incomodado com as comparações, Poze rebateu as críticas e afirmou que sua decisão de não se expor está relacionada a orientações recebidas por sua equipe e advogados. Segundo o funkeiro, qualquer declaração mais incisiva pode ser usada contra ele e resultar em novas complicações judiciais. “Não devo provar nada para p*to nenhum. Quem vai lutar por nós aqui fora? Vocês viram como é quando passam uns dias. Não irei fazer loucura, até porque o pedido foi para recuar. Cada fala errada vira contra nós”, desabafou o artista.

Poze também destacou que sua situação pessoal exige mais cautela do que nunca. “Repito, a ordem veio de cima para não fazer fuzuê. Quem tá pedindo para eu ir lá e subir em ônibus está na maldade e querendo ver nós dois lá, porque sabe muito bem da minha situação”, disse, em referência a seguidores que pedem protestos semelhantes aos feitos por Oruam no passado.

Outro ponto ressaltado por Poze foi a responsabilidade familiar. Pai de cinco filhos, o cantor afirmou que não pode se dar ao luxo de agir por impulso. “É muita responsabilidade. Quando meus filhos crescerem, quero que sintam orgulho do que me tornei, não vergonha. Eu ajo com a mente. Época de agir na emoção, sem pensar, já passou.”

A fala acontece em meio a um cenário de grande exposição para ambos os artistas. Oruam, que em fevereiro lançou o álbum Liberdade homenageando o pai preso, Marcinho VP, viu sua imagem se fortalecer ao mesmo tempo em que enfrentava novos problemas com a Justiça, como a acusação de abrigar um foragido. Já MC Poze, que foi preso em maio deste ano acusado de apologia ao crime e associação com facção, inclusive admitindo ligação com o Comando Vermelho em audiência, tem buscado adotar uma postura contida para evitar reincidências.