Plano de fuga de Hytalo Santos e marido é exposto por policiais
O diretor de operações da Polícia Civil da Paraíba, Carlos Othan, destacou a falta de pertences e o caráter improvisado do local.

A Polícia Civil da Paraíba trouxe à tona novos elementos sobre o possível plano de fuga de Hytalo Santos e de seu marido, Israel Nata Vicente, conhecido como Euro, presos desde o dia 15 de agosto de 2025. Segundo os investigadores, os primeiros sinais de que o casal pretendia escapar surgiram ainda durante a viagem que fizeram para São Paulo, onde acabaram detidos.
Imagens exibidas pelo Jornal da Band no dia 30 de agosto mostraram Euro abastecendo um carro de luxo em um posto de gasolina e, em seguida, se dirigindo a uma loja de conveniência. O mesmo veículo acabou apreendido no momento da prisão. Paralelamente, Hytalo Santos embarcou em um voo de Recife com destino à capital paulista, poucos dias após o youtuber Felca publicar o vídeo “Adultização”, que denunciava a exploração sexual de menores nas redes sociais e citava o influenciador, gerando enorme repercussão.
De acordo com as investigações, o casal se instalou em uma residência temporária em São Paulo, utilizada como esconderijo e possível base para a fuga. O diretor de operações da Polícia Civil da Paraíba, Carlos Othan, destacou que a falta de pertences e o caráter improvisado do local reforçam a hipótese de que se tratava de um ponto estratégico para evitar a prisão iminente.
A captura de Hytalo e Euro se insere em um contexto mais amplo de acusações de tráfico de pessoas, exploração sexual infantil e uso de menores em conteúdos monetizados em redes sociais como TikTok, YouTube e Instagram. As denúncias de Felca, que viralizaram com mais de 40 milhões de visualizações, impulsionaram uma onda de investigações, resultando na desmonetização das páginas de Hytalo e na retirada de seus perfis do ar.
Ex-funcionários também relataram, em entrevistas exibidas no Fantástico, que crianças e adolescentes viviam sob condições precárias, sem acesso a escola, alimentação adequada ou liberdade de comunicação, o que agravou ainda mais as suspeitas contra o casal.
Após a prisão em São Paulo, os dois foram transferidos para João Pessoa, onde permanecem em um presídio em ala destinada à população LGBTQIAPN+, dividindo espaço com outros detentos. As visitas, segundo a administração penitenciária, estão restritas a advogados e familiares. O caso, que ganhou dimensão nacional, não apenas intensificou a pressão sobre plataformas digitais quanto à proteção de menores, como também desencadeou discussões no Congresso em torno da chamada “Lei Felca”, projeto que pretende regulamentar de forma mais rígida a exposição de crianças e adolescentes nas redes sociais.