Família de Oruam se desespera e afirma que cantor foi esquecido na cadeia
Oruam admitiu ter cometido “erros”, embora negue categoricamente acusações mais graves, como o tráfico.

A família do rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno — mais conhecido como Oruam — divulgou um comunicado no qual afirma que o músico está sendo esquecido pela Justiça. De acordo com a nota divulgada pelo Portal Leo Dias, ele se encontra preso há cerca de 60 dias, sem que existam provas concretas que justifiquem sua detenção. A mãe e o irmão de Oruam dizem viver “um verdadeiro pesadelo”, ao verem alguém que sempre lutou pelo seu trabalho musical ser tratado como se fosse culpado, sem que haja confirmação de crime.
Seu irmão, Luca, protestou que Oruam está sendo encarcerado como se fosse apenas um número dentro do sistema prisional, como se sua identidade, sua trajetória como artista, seu valor humano não importassem. Ele reforça que não há indícios suficientes para a mantê-lo detido, e que a família sofre diariamente vendo o sofrimento do irmão.
Já a mãe, Márcia Gama, expressou profundo pesar, afirmando que “nada dói mais do que ver seu filho preso sem provas, enquanto criminosos reais seguem livres”. Ela ressalta manter a fé de que a justiça agirá corretamente e que Oruam será reinstaurado em sua arte, continuando a transformar dor em música.
“Mauro está sendo esquecido propositalmente atrás das grades, como se fosse mais um número no sistema prisional. Mas ele não é. Ele é um jovem artista, um ser humano, um irmão, um filho e tem uma família inteira que sofre com ele a cada dia que passa (…) Carrego comigo a fé e a esperança de que a justiça será feita e de que meu filho voltará a fazer o que sempre fez: transformar dor em arte, através da sua música e da sua voz”.
Em sua defesa, Oruam admitiu ter cometido “erros”, embora negue categoricamente acusações mais graves, como o tráfico, dizendo que há uma perseguição desequilibrada em curso e que está sendo julgado sem direito ao contraditório adequado. Sua prisão mais recente data de 22 de julho de 2025, em razão de um mandado de busca e apreensão ligado a uma investigação por disparo de arma de fogo em condomínio no interior de São Paulo.
Segundo os registros públicos, ele já teve pedido de habeas corpus negado pela Justiça, que justificou que a manutenção da prisão seria necessária para manter a ordem pública. Essa situação se insere em um contexto mais amplo: investigações também apontam que ele foi preso em flagrante algum tempo antes por “favorecimento pessoal”, após abrigar um foragido da Justiça em sua casa.
Na operação policial, foram encontradas armas, munições e objetos diversos, além do foragido. A defesa do cantor alega, entretanto, que não havia conhecimento por parte dele da situação do foragido nem da arma no local. A polêmica em torno de Oruam gerou ainda reações políticas e públicas: existem projetos de lei que visam proibir a contratação de artistas que façam apologia ao crime ou ao uso de drogas, popularmente chamados de “Lei anti-Oruam”.