Desembargador fala em suborno de Hytalo Santos e marido: ‘Não comprarão a Justiça’
Segundo Benedito, uma dessas testemunhas afirmou ter presenciado os dois dizendo que poderiam “comprar tudo com dinheiro”.

O desembargador João Benedito, relator do pedido de habeas corpus de Hytalo Santos e do marido, Israel Nata Vicente, conhecido como Euro, foi categórico ao negar a solicitação feita pela defesa do casal. Durante a sessão realizada nesta terça-feira (23), na Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba, o magistrado destacou relatos de testemunhas que apontam uma suposta tentativa de intimidação por parte dos influenciadores, acusados de tráfico de pessoas e exploração sexual.
Segundo Benedito, uma dessas testemunhas afirmou ter presenciado os dois dizendo que poderiam “comprar tudo com dinheiro” e que, em razão da posição financeira confortável, não seriam punidos judicialmente. O desembargador repudiou essa postura e rebateu a ideia de que os acusados poderiam manipular o sistema com poder econômico.
“Eles acreditavam que poderiam fazer tudo com dinheiro. Tudo o que quisessem. Mas não comprarão a Justiça”, declarou em plenário. A fala reforçou a gravidade da denúncia e foi acompanhada pelos demais membros da corte, onde levantaram-se polêmicas sobre um possível suborno do casal. Os desembargadores Carlos Beltrão, Joás Filho e Márcio Murillo acompanharam integralmente o voto do relator, negando de forma unânime a liberdade provisória aos investigados.
Hytalo e Euro estão presos preventivamente desde 15 de agosto, quando foram detidos no interior de São Paulo em uma operação que mobilizou autoridades da Paraíba e de outros estados. Após a prisão, eles foram transferidos para o Presídio do Róger, em João Pessoa, oficialmente chamado de Penitenciária Desembargador Flósculo da Nóbrega, unidade de segurança máxima. O caso segue sob investigação e, de acordo com a Justiça, não existem elementos que justifiquem que os dois respondam ao processo em liberdade, diante do risco de influência sobre testemunhas e da gravidade das acusações.