Pesquisadores da Universidade de Kyoto, no Japão, revelaram que as células humanas podem responder a estímulos sonoros, influenciando a expressão de certos genes. O estudo, publicado na revista PLOS ONE, investigou como sons audíveis afetam a atividade genética em diferentes tipos celulares.​

A equipe expôs culturas celulares a sons com intensidade de 94 decibéis, transmitindo uma pressão acústica de aproximadamente 10 mPa. Utilizando técnicas como PCR em tempo real, observaram que genes mecanossensíveis apresentaram supressão na expressão após a exposição sonora. Esse efeito variou conforme o tipo de célula, sendo mais pronunciado em células precursoras de ossos e músculos esqueléticos, enquanto células já diferenciadas mostraram menor sensibilidade. ​

Os pesquisadores identificaram que a resposta celular ao som depende da forma da onda sonora e do nível de pressão, mas não necessariamente da frequência. Além disso, os efeitos persistiram por várias horas após a exposição. Dois mecanismos principais foram sugeridos para essa resposta: controle transcricional e degradação de RNA.

Essa descoberta amplia a compreensão sobre como as células percebem e respondem a estímulos ambientais, indicando que o som pode ser uma ferramenta não invasiva para influenciar processos celulares. Os pesquisadores planejam explorar mais a fundo os efeitos do som em diferentes tipos celulares e contextos biológicos, podendo mudar radicalmente nossa compreensão de alguns fenômenos biológicos.