Pesquisas recentes indicam uma tendência global de redução no consumo de bebidas alcoólicas entre os jovens. Nos Estados Unidos, um estudo da Gallup revelou que a proporção de adultos com menos de 35 anos que consomem álcool diminuiu de 72% em 2003 para 62% em 2023. No Brasil, a consultoria Go Magenta divulgou em maio de 2024 o estudo “Copo Meio Cheio”, que entrevistou mil brasileiros acima de 18 anos que consumiram bebidas alcoólicas nos dois meses anteriores à pesquisa.

O estudo revelou que 62% dos participantes consideraram reduzir o consumo de álcool, com uma diminuição notável entre as gerações Z e Y, abrangendo indivíduos de 18 a 34 anos. A mudança na relação dos jovens com o álcool pode ser atribuída a diversos fatores. Há 20 ou 30 anos, consumir bebidas alcoólicas ou estar embriagado era frequentemente associado a códigos de rebeldia e transgressão.

Entretanto, essas aspirações parecem não ressoar mais com a juventude atual. Além disso, campanhas públicas e movimentos nas redes sociais têm incentivado a reflexão sobre o consumo de álcool. A crescente conscientização sobre os malefícios do álcool, aliada a uma maior valorização da saúde mental e do bem-estar, especialmente entre as gerações mais jovens, tem contribuído para essa mudança de comportamento.

Em resposta a essas mudanças de comportamento, a indústria de bebidas tem se adaptado para atender às novas demandas dos consumidores. Há um crescimento expressivo no mercado de bebidas não alcoólicas ou com baixo teor alcoólico, com previsão de expansão contínua nos próximos anos. Marcas tradicionais têm investido em alternativas sem álcool, como cervejas e vinhos, enquanto novas empresas surgem focadas exclusivamente nesse segmento.