Já se perguntou sobre a proporção entre o nascimento de meninas e meninos? Curiosamente, a taxa é de aproximadamente 1:1. Em média, nascem quantidades quase iguais de indivíduos de ambos os sexos, o que contrasta com o padrão observado em muitas outras espécies animais. O motivo, por sua vez, depende tanto de uma determinação biológica quanto da essência da aleatoriedade matemática.

Resposta biológico-científica

Com avanço da ciência, descobriu-se que os cromossomos sexuais desempenham um papel crucial na determinação do sexo. Enquanto as fêmeas possuem dois cromossomos X, os machos possuem um X e um Y. O cromossomo Y contém um gene específico, o SRY, que desencadeia a formação de células que se desenvolverão em testículos. Na ausência do SRY, ativa-se uma via alternativa que resulta na formação de ovários, e o embrião evolui como uma menina.

Dessa forma, a paridade na proporção de sexos resulta da distribuição dos cromossomos X e Y durante a divisão celular. Esse processo, chamado de meiose, faz com que tanto os espermatozoides quanto os óvulos contenham um único conjunto de cromossomos, o que garante que, ao se unirem na fertilização, o embrião receba um novo par completo.

Cada espermatozoide recebe apenas um cromossomo sexual — X ou Y. Por outro lado, todos os óvulos possuem um único cromossomo X. Assim, é o tipo de cromossomo que o espermatozoide carrega que determina o sexo do bebê: se for um X, o embrião se desenvolverá como uma menina; se for um Y, como um menino.

Resposta matemático-filosófica

Já pela matemática, podemos definir a aleatoriedade como um sistema descontínuo de possibilidades. Porém, quando falamos de apenas duas possibilidades, como em um jogo de cara ou coroa, as diferenças são mais restritas. A evidência da matemática da porcentagem nos comunica que, quanto maior a multiplicação de uma aleatoriedade, mais igual ela tende a se manter.

Imagine que lançamos uma moeda para cima. Se a lançarmos 5 vezes pode muito bem acontecer que caiam 4 caras e apenas uma coroa, o que corresponde à aleatoriedade, assim como outras possibilidades. Porém, se a lançarmos 10 vezes, a porcentagem tende a se igualar, talvez tenhamos 7:3 de 10 jogadas. Se supormos mil lançamentos, a tendência é que se aproxime de 500:500.

Se colocarmos um número maior como o de 8 bilhões, quase o número de pessoas hoje no mundo, ou de 2,6 milhões de pessoas que nascem por ano, segundo estatísticas de 2022, o número é ainda mais perfeito e os 50% de cara e de coroa são mais possíveis. Esse cálculo, para números infinitos, é exatamente 50%.

Os motivos dessa aleatoriedade que, no fundo, parece ser organizada, não é estudado pela matemática, mas pela filosofia. O modo pelo qual a nossa realidade está comportada e sua lógica exprimem a necessidade da existência de algo na inexistência dele próprio. Só existe calor por que existe frio e vice-versa. Deste modo, a filosofia explica, nada há no mundo sem o seu oposto. O oposto, na verdade, é condição necessária para a existência de qualquer coisa. Assim tudo penderia para uma igualdade entre a quantidade das existências do positivo e do negativo.