A Embraer, por meio de sua subsidiária Eve Air Mobility, e a operadora brasileira Revo, controlada pela Omni Helicopters International, firmaram um contrato de US$ 250 milhões (aproximadamente R$ 1,35 bilhão) para a compra de até 50 aeronaves elétricas de pouso e decolagem vertical (eVTOL), chamadas de carros elétricos. O acordo abrange não apenas a aquisição dos veículos, mas também toda a estrutura de suporte, assistência técnica e gestão operacional, com a Revo assumindo o papel de operadora pioneira em São Paulo. A previsão é que as primeiras unidades sejam entregues no último trimestre de 2027 no Brasil!

As eVTOLs da Eve, modelo que foi apresentado pela primeira vez em escala real no Farnborough Airshow de 2024, utilizam arquitetura “lift & cruise”: oito rotores permitem a decolagem vertical, enquanto uma hélice traseira impulsiona o voo horizontal. Essas aeronaves podem acomodar até quatro passageiros e um piloto, com autonomia estimada em cerca de 100 quilômetros.

O uso em São Paulo já começa a ser testado: em outubro de 2024, Eve, Revo e Omni realizaram simulações com softwares de gerenciamento de tráfego aéreo urbano (UATM) e o sistema Vector, que monitorou voos simulados entre vertiportos na capital paulista. As experiências ajudaram a preparar o terreno para operações seguras e integradas ao atual espaço aéreo.

Hoje, São Paulo concentra mais de 400 helicópteros e registra mais de 2.000 operações diárias — um cenário ideal para o transporte aéreo urbano. O eVTOL promete reduzir viagens como a da Zona Sul a Guarulhos, que de carro levam até três horas, para apenas 10 minutos por via aérea

Além das vendas e suporte, a Eve planeja já em 2025 comercializar o Vector, seu software de tráfego para vertiportos, o que pode permitir que a empresa comece a faturar bem antes da entrega das aeronaves. A infraestrutura planejada para o Brasil inclui uma fábrica em Taubaté (SP), apoiada por R$ 500 milhões do BNDES, com capacidade inicial para 480 aviões por ano, divididos em módulos de 120 unidades cada.

Para o mercado global, a Eve estima uma frota de 30 mil eVTOLs até 2045, atendendo cerca de 3 bilhões de passageiros e gerando US$ 280 bilhões em receita. Com este movimento, o Brasil se posiciona como um dos mercados mais promissores para a mobilidade aérea urbana. A parceria entre Eve, Revo e Omni cria o esqueleto de um ecossistema completo: incluindo não apenas a produção dos veículos, mas também software, certificação, infraestrutura nos cielos e suporte contínuo para viabilizar, já em 2027, os primeiros “carros voadores” sobre São Paulo.