Imagina fazer compras, acessar serviços de saúde e praticar atividades de lazer em apenas uma caminhada de 15 minutos ou em um passeio de bicicleta? Essa possibilidade é viável graças ao novo conceito de “cidades de 15 minutos”, que já ganha destaque na mobilidade e no planejamento urbano pelo mundo.
Uma pesquisa da Universidade Sapienza de Roma, na Itália, detalha quais cidades estão mais próximas de uma caminhada curta e produtiva e quais estão distantes desse ideal. Com base nessa análise, pesquisadores compararam cidades em todo o mundo e diagnosticaram uma distribuição desigual no acesso a serviços essenciais dentro dos limites da área. Outro aspecto apontado foi a variação nas cidades de 15 minutos ao comparar os continentes.
Os resultados levaram à criação de uma plataforma e a públicação de um artigo na revista Nature Cities, onde é possível consultar as cidades mais “caminháveis” – acesse aqui. No Brasil, por exemplo, Itapetininga (BA), com 66 mil habitantes, é a cidade mais urbanizada da Bahia, com 97% da população vivendo em áreas urbanas. A cidade também apresenta um tempo médio de caminhada entre 9 e 12 minutos.
Por outro lado, a cidade de São Paulo, com 13 milhões de habitantes, apresenta um tempo médio de deslocamento de 18 a 20 minutos. Na área central, esse tempo é reduzido para apenas 4 a 6 minutos, enquanto nas regiões periféricas o resultado chega a 30 minutos para acessar serviços essenciais. Em comparação a outros países, a capital da França, Paris, é o berço do novo conceito de “cidades de 15 minutos”.
A maior parte das cidades nos Estados Unidos e na Ásia requerem tempos mais longos para acessar serviços essenciais. Viena, na Áustria, possui um deslocamento médio de 12 à 15 minutos. Segundo o Relatório Mundial das Cidades 2022, publicado pela ONU-Habitat, a urgência em criar cidades mais inclusivas parte da previsão de que a população urbana vai atingir 68% até 2050.