​Pesquisadores fizeram uma descoberta grandiosa ao revelar um fragmento oculto da Bíblia, datado de aproximadamente 1.500 anos. Utilizando técnicas avançadas de fotografia ultravioleta, o medievalista Grigory Kessel, da Academia Austríaca de Ciências, identificou uma antiga tradução siríaca do Evangelho de Mateus, anteriormente apagada e sobreposta por outros textos ao longo dos séculos.

A prática de reutilizar pergaminhos era comum na Idade Média devido à escassez de materiais. Escribas frequentemente raspavam textos antigos para escrever novos conteúdos, resultando em manuscritos conhecidos como palimpsestos. No caso desta descoberta, o texto original em siríaco foi apagado e substituído por escritos em grego e, posteriormente, em georgiano.

O fragmento descoberto contém uma passagem do capítulo 12 do Evangelho de Mateus, que narra uma série de acontecimentos na vida de Jesus. Comparando-se as traduções, observa-se uma diferença notável: enquanto o texto grego tradicional afirma que os discípulos “começaram a colher espigas e a comê-las”, a versão siríaca acrescenta que eles “as esfregavam nas mãos” antes de comer. Essa nuance oferece insights sobre as variações nas traduções bíblicas ao longo do tempo.

O especialista destacou por fim que a tradução mais próxima do original nos ajudam a compreender melhor as verdadeiras passagens bíblicas: “A tradução siríaca da Bíblia é importante por conta própria, como uma das primeiras traduções do grego. Isso nos dá uma visão sobre os primeiros estágios do texto da Bíblia e as comunidades que produziram essas traduções.”