Cientistas descobrem nova forma de vida em células animais
Cientistas observaram o movimento a realizar fotossíntese na introdução das células animais, fomentando uma nova forma de concepção de vida.

A fotossíntese, processo pelo qual as plantas produzem energia a partir da luz solar e dióxido de carbono, foi realizada em células animais pela primeira vez, em uma descoberta inédita feita por pesquisadores japoneses. O estudo foi divulgado em 1º de outubro no periódico Proceedings of the Japan Academy, marcando um avanço significativo na ciência biológica.
Para atingir esse feito, os cientistas extraíram cloroplastos – organelas responsáveis pela fotossíntese – de algas vermelhas e os inseriram em células de hamster. Surpreendentemente, observaram que esses cloroplastos continuaram a realizar a fotossíntese por ao menos dois dias após a introdução nas células animais, fomentando uma nova forma de concepção de vida.
O professor Sachihiro Matsunaga, da Universidade de Tóquio e principal autor do estudo, destacou que essa foi a primeira vez que o transporte de elétrons fotossintéticos foi detectado em cloroplastos implantados em células animais. Ele explicou que, inicialmente, a equipe acreditava que os cloroplastos seriam rapidamente destruídos, mas, ao contrário do esperado, essas organelas continuaram a funcionar e a realizar o transporte de elétrons essencial para a fotossíntese.
Essa inovação pode trazer benefícios para a engenharia de tecidos artificiais, uma área que enfrenta grandes desafios para fornecer oxigênio suficiente a estruturas sintéticas, como órgãos, carne artificial e tecidos complexos. Segundo os pesquisadores, essas estruturas, por serem constituídas por várias camadas celulares, encontram limitações de crescimento por conta dos baixos níveis de oxigênio que se acumulam nos tecidos.
Matsunaga esclareceu que a introdução de cloroplastos nas células animais pode funcionar como uma fonte de oxigênio através da fotossíntese, pois a irradiação de luz desencadearia o processo fotossintético, aumentando assim a concentração de oxigênio e permitindo um crescimento maior no tecido.
Chamadas de “células planimais” pelos pesquisadores, as células de hamster modificadas apresentaram um crescimento acelerado, indicando que os cloroplastos forneciam uma fonte adicional de carbono para essas células. Matsunaga expressou a expectativa de que, no futuro, essas células híbridas possam impulsionar o desenvolvimento de uma sociedade mais sustentável, contribuindo para a “transformação verde” e ajudando a alcançar a neutralidade de carbono.