Corvos são vingativos e podem perseguir humanos até 17 anos depois
Pesquisas recentes demonstram que corvos possuem uma impressionante habilidade de reconhecer rostos humanos e guardar rancor

Pesquisas recentes demonstram que corvos possuem uma impressionante habilidade de reconhecer rostos humanos e guardar rancor de pessoas que percebem como ameaças. Além de sua inteligência notável, esses pássaros exibem comportamentos sociais complexos e organizam rituais para seus companheiros falecidos, cultivando lealdades e, conforme sugerem os estudos, ressentimentos que podem durar décadas.
Um dos experimentos mais famosos foi conduzido pelo professor John Marzluff, da Universidade de Washington. Em 2006, ele usou uma máscara de ogro ao capturar corvos, criando uma experiência que causou alarme entre as aves. Nos anos seguintes, ele e sua equipe usaram a mesma máscara ao andar pelo campus, observando que os corvos continuavam a reagir com vocalizações agressivas, alcançando um pico de hostilidade após sete anos. Esse comportamento persistiu por anos, mas em 2023 os corvos finalmente pararam de reagir ao ver a máscara.
Outro experimento, realizado entre 2011 e 2015 por Christian Blum, da Universidade de Viena, teve resultados semelhantes. Blum utilizou uma máscara para observar como os corvos reagiam ao verem um de seus companheiros mortos. As aves responderam de forma agressiva à máscara usada, e o comportamento hostil permaneceu por anos, indicando a habilidade dos corvos de desenvolver associações duradouras entre imagens ou pessoas e experiências ameaçadoras.
Esses estudos revelam ainda que os corvos podem “enganar-se” ao associar pessoas com aparência semelhante (como cor de cabelo) àquelas que consideram ameaçadoras. Isso indica uma memória visual apurada e um sistema de reconhecimento que, embora preciso, pode generalizar estímulos perigosos, reforçando a capacidade de universalizar e reconhecer padrões mesmo que de modo mais limitado que nós.