Na exposição “Space: Could Life Exist Beyond Earth?” do Museu de História Natural de Londres, os visitantes têm a oportunidade única de explorar os aromas do espaço sideral por meio de fragrâncias desenvolvidas pela cientista e perfumista Marina Barcenilla. Combinando sua expertise em astrobiologia e perfumaria, Barcenilla criou essências que simulam os odores de diferentes corpos celestes, proporcionando uma experiência sensorial educativa.

Embora o espaço seja um vácuo sem ar, astronautas relataram cheiros peculiares após caminhadas espaciais, como “ferro quente”, “gás queimado”, “bife grelhado” “peixe morto” e “ovo podre”. Esses relatos inspiraram Barcenilla a desenvolver fragrâncias que representassem esses aromas, utilizando compostos químicos identificados em missões espaciais e estudos astronômicos.

Entre as criações, destaca-se a fragrância inspirada em Titã, a maior lua de Saturno, cuja atmosfera rica em compostos orgânicos como amônia e cianeto de hidrogênio resulta em um odor forte e repulsivo, semelhante a peixe em decomposição misturado com gás. Outra essência representa a Nebulosa de Sagitário B2, uma nuvem de gás e poeira localizada a cerca de 26 mil anos-luz da Terra, onde foram detectadas moléculas como etil formiato, responsável pelo aroma de framboesas, e álcoois como metanol e etanol, criando um perfume surpreendentemente familiar.

Barcenilla enfatiza que o olfato está diretamente ligado à memória e à emoção, tornando a experiência sensorial uma ferramenta poderosa para aproximar o público da ciência. A exposição, que estará em cartaz até 22 de fevereiro de 2026, convida os visitantes a explorar o universo de maneira interativa, incluindo a possibilidade de tocar fragmentos da Lua e de Marte, além de planejar suas próprias missões espaciais.