De remédio a cosméticos, conheça substâncias usadas no Brasil que são proibidas na Europa
No Brasil, as restrições destes produtos são menos rígidas, consequentemente com mais riscos para o consumidor.

No Brasil, diversos produtos, de medicamentos a cosméticos, contêm substâncias que são estritamente proibidas em países da Europa. A disparidade nas regulamentações de segurança levanta questionamentos sobre os riscos à saúde dos consumidores brasileiros.
Um dos casos mais conhecidos é o uso de formol em produtos para alisamento capilar. Enquanto na Europa a substância é totalmente banida para esse fim devido ao seu potencial cancerígeno, no Brasil sua concentração é limitada, mas ainda permitida. Especialistas alertam que, mesmo em pequenas doses, a exposição crônica ao formol pode causar problemas respiratórios e reações alérgicas graves.
Outra substância que gera polêmica é o dióxido de titânio, um corante branco comum em alimentos, cosméticos e até em protetores solares. Na União Europeia, seu uso como aditivo alimentar foi proibido em 2022, após a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) não poder descartar a genotoxicidade das partículas, ou seja, o risco de danificar o DNA. No Brasil, o corante ainda é amplamente utilizado.
Além dos cosméticos, a diferença de regulamentação se estende a medicamentos. O analgésico dipirona, por exemplo, é um dos remédios mais consumidos no Brasil para dor e febre. No entanto, é proibido em países como Estados Unidos, Reino Unido e Suécia, devido ao risco de causar agranulocitose, uma condição rara que diminui drasticamente o número de glóbulos brancos, afetando a imunidade. No Brasil, agências de saúde monitoram o uso, mas o medicamento continua disponível.
Outro exemplo é o metilcloroisotiazolinona (MCI) e o metilisotiazolinona (MI), conservantes encontrados em xampus e loções. Na Europa, a concentração desses ingredientes foi drasticamente reduzida em produtos que permanecem na pele (como hidratantes) e banida em alguns tipos de cosméticos, por serem fortes alérgenos. No Brasil, as restrições são menos rígidas, o que aumenta o risco de reações alérgicas.
A diferença nas regras de cada país reflete a autonomia de suas agências reguladoras, como a Anvisa no Brasil e a EFSA na Europa. A divergência regulatória se dá mediada pelas industrias mais comercializadas de cada região e o que cada agência considera como eticamente “aceitável” a nível de saúde pública.