De vulcões à superfícies grudentas; Saiba o que tem no lado oculto da Lua
O lado oculto da Lua, sempre voltado para longe da Terra devido à sincronia de sua rotação e translação, apresenta características únicas

Os cientistas chineses fizeram descobertas significativas ao analisar 1,9 kg de solo lunar trazidos pelo módulo Chang’e-6. As amostras contêm rochas basálticas formadas há cerca de 2,8 bilhões de anos, indicando atividade vulcânica recente no lado oculto da Lua, muito além do que era conhecido anteriormente. Essas análises aprofundam nossa compreensão sobre a geologia lunar e os processos que moldaram o satélite.
O lado oculto da Lua, sempre voltado para longe da Terra devido à sincronia de sua rotação e translação, apresenta características únicas. Ele possui uma crosta mais espessa e antiga, com um número muito maior de crateras em comparação ao lado visível. Além disso, há uma escassez de “mares” – planícies escuras de basalto formadas por fluxos de lava – que são comuns na face lunar que observamos, mas não na parte oculta. Em oposição, apresenta uma superfície até mesmo grudenta.
Uma das áreas mais intrigantes dessa região é a Bacia Aitken, no polo sul lunar. Acredita-se que um impacto massivo nessa bacia pode ter atingido o manto da Lua, expondo materiais das camadas mais profundas. A expectativa é que futuras missões, como a continuidade da série Chang’e, possam trazer amostras dessa área específica, aprofundando nosso conhecimento sobre a composição interna do satélite.
A região do polo sul lunar também atrai atenção internacional devido à possibilidade de conter depósitos de gelo. A presença de água nessa região representaria um avanço significativo para missões futuras, pois aumentaria as chances de estabelecer bases humanas autossustentáveis na Lua, permitindo a exploração contínua e sustentável.
Essas descobertas mostram como o lado oculto da Lua ainda guarda segredos importantes para a ciência. À medida que mais países investem em missões a essa região, a exploração lunar promete desvendar não apenas a história do satélite, mas também abrir caminhos para a exploração espacial de longo prazo.