Em épocas passadas, diversas práticas cotidianas, hoje consideradas triviais e comuns, eram vistas como crimes. Essas proibições, muitas vezes fundamentadas em preceitos religiosos ou normas culturais, revelam como os valores e costumes sociais evoluíram ao longo do tempo.

O simples ato de assobiar, por exemplo, era percebido como uma ameaça na Europa Medieval, especialmente na Inglaterra e na França. As autoridades temiam que o som pudesse facilitar a comunicação entre criminosos e até mesmo atrair espíritos malignos. Como resposta, o assobio em público, especialmente durante a noite, foi proibido, e aqueles que desobedeciam a regra enfrentavam multas severas ou punições públicas.

O xadrez, apesar de apreciado em diversas regiões do mundo islâmico, encontrou resistência sob o governo do califa Al-Mutawakkil, no século IX. Ele proibiu o jogo, alegando que desviava os fiéis das obrigações religiosas e incentivava o vício em apostas. No entanto, a proibição apenas fomentou o interesse clandestino pelo jogo, que continuou a ser praticado em segredo por intelectuais e membros da nobreza.

Já na França do século XIX, uma lei proibia as mulheres de usarem calças sem autorização policial, refletindo os papéis de gênero e as normas sociais da época. Essa restrição tornou-se um marco na luta histórica das mulheres por direitos e igualdade, contribuindo para a evolução de movimentos em prol da liberdade individual e da expressão de gênero.

Nos séculos passados, também havia a crença de que tomar banho enfraquecia o corpo, e após a Peste Negra, a água passou a ser vista com desconfiança. Em vez de incentivar a higiene, as autoridades religiosas recomendaram evitar banhos, o que levou ao uso generalizado de panos e perfumes para mascarar odores corporais. Esse receio infundado em relação à água teve consequências graves, pois a falta de higiene adequada contribuiu para a disseminação de doenças.