O que antes parecia ficção científica agora se aproxima da realidade: o DNA humano — estrutura biológica que carrega todas as nossas informações genéticas — pode se tornar vulnerável a ataques cibernéticos. A possibilidade de que esse “manual da vida” seja manipulado de forma maliciosa foi levantada por pesquisadores em um artigo recente publicado no periódico IEEE Access.

O DNA, que define nossas características físicas, pré-disposições genéticas e até mesmo algumas condições de saúde, é uma estrutura altamente complexa, mas que, com os avanços da biotecnologia, tornou-se cada vez mais acessível por meio de técnicas como o Sequenciamento de Próxima Geração (NGS). Essa tecnologia permite analisar grandes volumes de material genético de forma rápida e precisa, sendo essencial para áreas como oncologia, medicina personalizada, ciência forense e agricultura.

Contudo, o NGS depende de um ecossistema digital altamente sofisticado — servidores, softwares, sensores e dispositivos conectados. É justamente essa dependência tecnológica que abre margem para riscos. O estudo alerta que, futuramente, criminosos cibernéticos podem invadir redes que armazenam dados genéticos, manipulando ou roubando informações sensíveis com objetivos maliciosos.

Além dos riscos de espionagem genética e manipulação indevida, os pesquisadores também não descartam possibilidades mais extremas, como o bioterrorismo. A exposição e o uso mal-intencionado de informações genômicas poderiam servir como base para o desenvolvimento de armas biológicas ou experimentações não éticas.