Doar sangue com frequência pode diminuir risco de câncer; entenda
O estudo revelou que os doadores frequentes apresentavam mutações no gene DNMT3A, associadas a uma produção mais eficiente de células sanguíneas saudáveis.

Além de salvar até quatro vidas com uma única doação, conforme estimativas do Ministério da Saúde, o ato de doar sangue pode trazer benefícios significativos para a saúde do próprio doador. Estudos recentes sugerem que doadores frequentes podem ter um risco reduzido de desenvolver cânceres hematológicos.
Uma pesquisa conduzida pelo Instituto Francis Crick, no Reino Unido, em colaboração com instituições europeias e americanas, analisou dados genéticos de 217 homens com idades entre 60 e 72 anos que doaram sangue mais de 100 vezes ao longo de suas vidas. Esses dados foram comparados com amostras de 212 homens da mesma faixa etária que doaram sangue menos de dez vezes.
O estudo revelou que os doadores frequentes apresentavam mutações no gene DNMT3A, associadas a uma produção mais eficiente de células sanguíneas saudáveis, potencialmente reduzindo o risco de desenvolver leucemias.
Além disso, a doação regular de sangue pode diminuir a viscosidade sanguínea, tornando os doadores menos propensos a desenvolver doenças cardíacas. Esse processo de “limpeza” sanguínea ocorre porque o sangue é produzido na medula e renovado a cada três ou quatro meses, colaborando também para a redução de certos tipos de câncer devido à diminuição de agentes oxidativos.
É importante destacar que a doação de sangue é um procedimento seguro e não representa riscos à saúde do doador. O volume coletado, aproximadamente 450 ml, é reposto naturalmente pelo organismo em até 72 horas após a doação. Homens podem doar sangue com um intervalo de 60 dias entre as doações, até no máximo quatro vezes em um período de 12 meses, enquanto mulheres devem respeitar um intervalo de 90 dias, podendo doar até três vezes ao ano.