Dormir com o celular ao lado: quais as consequências e como evitar problemas?
A radiação não tem influência na má qualidade do sono, mas sim o uso do próprio celular na hora em que deveríamos estar tentando dormir

Quando se fala dos impactos negativos do celular na higiene do sono, por muito tempo acreditou-se que o culpado fosse a tela. A luz azul que ela emite, seria a responsável por nos manter alertas ao prejudicar a produção da melatonina, o “hormônio do sono”. Entretanto, evidências mais recentes começam a questionar essa ideia.
Pesquisas mais atuais sugerem que o problema não está exatamente na luz azul, mas em outros fatores relacionados ao uso do celular. Estudos revelam uma correlação entre o celular na cama e um sono de pior qualidade, mas o grande mistério agora é entender o que realmente está por trás disso.
A forma como usamos o celular também tem um papel crucial. O uso ativo e engajado — seja navegando nas redes sociais, respondendo mensagens ou interagindo de outras formas — parece ser mais prejudicial do que se pensa. Afinal, é muito mais fácil adormecer assistindo à TV de forma passiva do que interagir com outras pessoas em uma timeline.
O cérebro fica em alerta máximo, a atenção plena diminui o piscar de olhos, e isso resulta em olhos ressecados e dificuldade para relaxar. Quando o sono é cronicamente desregulado, os riscos a longo prazo aumentam, incluindo problemas como demência, doenças cardíacas, diabetes e até diferentes tipos de câncer.
E para quem se apega às teorias da conspiração sobre radiações, é importante desmistificar essa ideia. Não há evidências científicas que provem que a radiação emitida pelos celulares cause danos à saúde. A radiação que eles emitem não é ionizante — ou seja, não altera as moléculas nem aumenta a temperatura de forma prejudicial. E, além disso, os níveis de radiação estão tão abaixo do limite de segurança que são considerados irrelevantes para a saúde humana.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece um limite máximo de 2 watts por quilograma (W/kg) para a taxa de absorção específica (SAR) da energia eletromagnética emitida por dispositivos eletrônicos na região da cabeça e do tronco. No Brasil, aparelhos homologados pela Anatel geralmente apresentam SAR inferior a 0,5 W/kg, bem abaixo dessa margem de segurança.