Uma inusitada descoberta no fundo do oceano mostrou que águas-vivas de pente verrugosas (Mnemiopsis leidyi), quando feridas, se fundem com uma combinação entre os sistemas nervosos e estômagos, e transformam-se em um só.

A descoberta aconteceu durante um estudo rotineiro em laboratório, quando os cientistas deram conta que uma água-viva desapareceu de um tanque. Em busca de respostas, eles também perceberam que uma das criaturas estava surpreendentemente maior, mas não era simplesmente outro animal maior, e sim de dois seres entrelaçados sem uma divisão aparente entre eles. Apenas a olho nu, concluíram parecer uma maneira de sobrevivência não notada antes.

Com a aparente descoberta, os cientistas decidiram testar se a união poderia ser induzida. Eles removeram pedaços de 20 águas-vivas e colocaram as partes próximas umas das outras. E o resultado, pasme, 9 pares que se fundiram completamente. E as surpresas não param por aí, isso porque ambas as partes reagiam simultaneamente, contraindo-se. Ou seja, além de criar uma nova camada de tecido começam a atuar como um único organismo, integrando o sistema nervoso.

Segundo a revista Science, essa capacidade de fusão é resultado da ausência de uma característica biológica chamada aloreconhecimento. Esses animais não conseguem diferenciar o que faz parte de seu próprio corpo e o que não faz. Apesar dessa característica poder prejudicá-los, dificultando a identificação e eliminação de invasores, também facilita a formação de fusões com outros indivíduos.

Por outro lado, mais pesquisas sobre o sistema imunológico são necessárias para desvendar detalhes dessa habilidade, que pode inclusive, ajudar a desenvolver estratégias para transplantes de órgãos em seres humanos, já que o aloreconhecimento é o processo responsável pela rejeição de órgãos pelo corpo.

águas-vivas pente-de-crista (Mnemiopsis leidyi) / reprodução – internet