Em desespero, cientistas consideram jogar diamantes na estratosfera para frear aquecimento global
Após simulações de 45 anos, o diamante provou ser o melhor refletor de radiação solar

Cientistas estão propondo uma solução desesperada para combater as mudanças climáticas: injetar partículas na estratosfera para agir como um “guarda-sol” e reduzir o aquecimento global. Um estudo recente da ETH Zurique sugere o uso de cinco milhões de toneladas de partículas de diamante de 150 nanômetros, que poderiam baixar a temperatura em até 1,6°C, superando a meta estabelecida no Acordo de Paris.
Inicialmente, o dióxido de enxofre (SO2) foi considerado, mas testes mostraram que ele aumentou a temperatura da estratosfera em vez de resfriá-la. Para encontrar alternativas, foram testados materiais como alumínio, calcita e carboneto de silício. Após simulações de 45 anos, o diamante provou ser o melhor refletor de radiação solar, enquanto o SO2 teve o pior desempenho.
Apesar da eficácia do diamante, o principal desafio é o custo astronômico. Seriam necessárias cinco milhões de toneladas de partículas por ano para atingir a meta de 1,6°C, com um custo total de US$ 200 trilhões até o final do século 21, o que equivale a quase o dobro do PIB mundial de 2023. Esse enorme custo torna a proposta inviável no momento, embora o estudo traga um avanço significativo na busca por soluções climáticas.
O grande desafio agora é encontrar maneiras de implementar essa e outras estratégias de forma economicamente viável. Dado que o capitalismo e seu processo industrial continuam a ameaçar nossa existência no planeta, soluções extraordinárias como essa parecem ser o único caminho. No entanto, o aspecto mais irônico e utópico dessas propostas é que, por mais impressionantes que sejam, a verdadeira fantasia reside na ideia de que o sistema que gera a crise um dia será superado.