O Natal é hoje uma celebração que combina tradições de diversas origens, tanto pagãs quanto cristãs, com um forte apelo ao consumismo, que continua a movimentar o mundo e a economia, mesmo com o crescimento do comércio eletrônico, e tem uma função para ser incentivada pelo estado e os costumes.

Elementos como as luzes, as árvores de Natal, as compras, as feiras e os jantares corporativos muitas vezes desviam o foco do que deveria ser o centro da celebração: para os cristãos, trata-se de uma festa religiosa que marca o nascimento de Jesus. No entanto, suas raízes são muito mais antigas, remontando às primeiras crenças humanas.

Ao longo dos séculos, o Natal se tornou uma fusão de práticas religiosas e pagãs, algo que começou no Império Romano e ainda hoje se reflete na coexistência entre celebrações litúrgicas e eventos mais mundanos, como as compras nos shoppings. O solstício de inverno no Hemisfério Norte, ocorrido entre os dias 21 e 22 de dezembro, marca a noite mais longa do ano e simboliza o triunfo do Sol sobre a escuridão, com os dias começando a se alongar novamente.

Esse fenômeno tem sido comemorado desde tempos antigos por diversas culturas. Essas celebrações estão ligadas à percepção do poder sobrenatural do Sol para regular as estações, o que inspirou rituais de fertilidade, festas com fogo e oferendas aos deuses. Entre os romanos, em meados de dezembro, acontecia a Saturnália, um festival marcado pela troca de presentes e pela inversão de papéis sociais, uma mistura que lembra o Natal e o Carnaval atuais.

A escolha do dia 25 de dezembro como data do Natal foi feita pelo imperador Constantino, que governou entre 306 e 337. Nesse dia, celebrava-se em Roma a grande festa solar dedicada ao “Nascimento do Sol Invicto”. Constantino, ao transformar o cristianismo na religião oficial do Império, buscou associar a figura de Cristo a essa antiga festividade solar, criando uma fusão entre o culto cristão e tradições pagãs.

Não há registros históricos sobre a data exata do nascimento de Jesus. Embora a maioria dos estudiosos reconheça Jesus como uma figura histórica, os detalhes sobre seu nascimento permanecem envoltos em mistério. Há informações mais precisas sobre sua morte, ocorrida durante a Páscoa judaica, mas o cálculo do ano de seu nascimento apresenta um erro: Jesus teria nascido quatro ou cinco anos antes do que foi definido no calendário cristão, enquanto Herodes I ainda reinava.