Estudo afirma que criar filhos ajuda seu cérebro a se manter jovem
Geralmente, o envelhecimento cerebral está associado a uma diminuição da conectividade funcional na rede somatomotora. No entanto, as regiões que normalmente apresentam essa diminuição mostraram maior conectividade em indivíduos com filhos.

Um estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) analisou dados de quase 38 mil adultos do UK Biobank para investigar a relação entre o número de filhos e o envelhecimento cerebral. Pesquisadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, utilizaram exames de ressonância magnética funcional em participantes com idades entre 40 e 69 anos.
Os resultados indicaram que indivíduos com mais filhos apresentavam maior conectividade na rede somatomotora do cérebro, responsável por associar estímulos sensoriais a respostas motoras e por interpretar comportamentos alheios. O efeito observado é semelhante em homens e mulheres, sugerindo que não se trata de um impacto exclusivo da gravidez, mas sim da paternidade em geral.
Esses efeitos podem ser semelhantes em avós, cuidadores e qualquer pessoa que desempenhe papel semelhante. Avram Holmes, professor associado de psiquiatria da Universidade Rutgers, explicou que, geralmente, o envelhecimento cerebral está associado a uma diminuição da conectividade funcional na rede somatomotora. No entanto, as regiões que normalmente apresentam essa diminuição mostraram maior conectividade em indivíduos com filhos.
Embora o estudo não estabeleça uma relação de causa e efeito direta entre ter filhos e as diferenças na atividade cerebral, ele levanta a possibilidade de que as interações sociais e o suporte associados à paternidade possam contribuir para a manutenção da saúde cerebral. Além disso, outras atividades, como aprender um novo idioma, frequentar o ensino superior e ter empregos mais exigentes, também podem estimular o cérebro e retardar o declínio cognitivo associado à idade.