Um estudo publicado na revista Nature revelou que o envelhecimento não acontece da mesma forma em todos os lugares do mundo. A pesquisa, que analisou dados de mais de 160 mil pessoas em 40 países, mostrou que fatores ambientais, sociais e políticos influenciam diretamente a idade biológica das populações — que pode ser diferente da idade cronológica.

Entre os países analisados, a Dinamarca lidera como o local onde as pessoas envelhecem mais devagar: em média, os dinamarqueses apresentam 2,35 anos a menos biologicamente do que a idade real. Na sequência aparecem os Países Baixos e a Finlândia. Segundo os pesquisadores, o resultado está relacionado à qualidade do ar, bem-estar social, confiança nas instituições políticas e altos investimentos em saúde e educação.

No outro extremo, o Egito se destacou como o país em que as pessoas envelhecem mais rápido: a população apresenta, em média, 4,75 anos a mais biologicamente do que a idade cronológica. África do Sul e alguns países da América do Sul também figuram entre os piores índices. Dentro da Europa, o estudo apontou que os países do sul e do leste envelhecem biologicamente mais depressa do que os do norte e oeste.

Para calcular essa diferença, os cientistas usaram um modelo de inteligência artificial chamado biobehavioural age gap, que compara a idade cronológica com o desempenho do organismo. Assim, uma pessoa de 50 anos cujo corpo funciona como se tivesse 55 apresenta uma “lacuna” de cinco anos.

Um dos aspectos mais curiosos do levantamento foi o peso dos fatores políticos: democracias estáveis, com liberdade de expressão e direito ao voto, tendem a favorecer um envelhecimento mais saudável, enquanto instabilidade política e desigualdades de acesso à saúde aceleram o desgaste do corpo.