Um estudo recente conduzido por pesquisadores da Curtin University, na Austrália, revelou que a exposição a altos níveis de poluição do ar e a temperaturas extremas durante a gestação pode aumentar o risco de gravidez prolongada, definida como aquela que ultrapassa 42 semanas.

A pesquisa analisou aproximadamente 400 mil nascimentos na Austrália Ocidental e identificou uma correlação significativa entre gestantes expostas a material particulado fino (PM2,5) e estresse térmico, resultante de temperaturas muito altas ou muito baixas, e a incidência de gestações além do termo.

Embora os riscos associados a nascimentos prematuros sejam amplamente conhecidos, gestações prolongadas também podem acarretar complicações para a mãe e o bebê. Bebês que permanecem no útero além do período ideal podem crescer excessivamente, aumentando o risco de partos difíceis e hemorragias maternas. Além disso, após a 42ª semana, a placenta pode começar a perder eficiência, comprometendo a nutrição e oxigenação fetal.

Os pesquisadores sugerem que tanto a poluição quanto as temperaturas extremas podem elevar a produção de espécies reativas de oxigênio no organismo materno, moléculas instáveis que podem interferir no equilíbrio hormonal necessário para o início do trabalho de parto. Esse desequilíbrio hormonal pode resultar no prolongamento da gestação.