Estudo brasileiro afirma que comer bolacha rechada te tira 40 minutos de vida
O levantamento analisou os 33 alimentos que mais contribuem para a ingestão calórica dos brasileiros.

Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) lançou luz sobre como escolhas alimentares impactam não apenas a saúde, mas também o meio ambiente. Aplicando pela primeira vez no Brasil o Índice Nutricional de Saúde (HENI), desenvolvido por cientistas norte-americanos, o trabalho estimou quantos minutos de vida saudável podem ser perdidos ou ganhos a partir do consumo de determinados alimentos.
Entre os exemplos mais chamativos está a bolacha recheado, cuja ingestão representa, segundo a pesquisa, uma perda média de 39,69 minutos de vida saudável por porção. Já comer uma banana adicionaria cerca de 8 minutos ao tempo de vida com qualidade.
O HENI é uma métrica baseada em dados epidemiológicos globais e leva em conta 15 componentes ligados ao risco de doenças, como o consumo excessivo de sódio, gorduras trans e carnes processadas, além de fatores positivos como ingestão de frutas, vegetais, fibras e ômega-3. O saldo final da pontuação de cada alimento traduz, em minutos, o efeito médio que ele exerce sobre a saúde da população. No Brasil, a média geral foi negativa: –5,89 minutos por alimento, refletindo a predominância de itens ultraprocessados na dieta da população.
O levantamento analisou os 33 alimentos que mais contribuem para a ingestão calórica dos brasileiros, conforme a Pesquisa Nacional de Alimentação de 2017-2018. A intenção, afirmam os autores, não é demonizar alimentos específicos, mas sim indicar caminhos para substituições mais saudáveis e sustentáveis no cotidiano. Comer uma bolacha recheada esporadicamente não representa, por si só, um risco imediato — o problema está na repetição e na falta de variedade da dieta.