A crença em fantasmas continua viva por diversos motivos, e não apenas pelo fascínio por histórias de terror. Para muitas pessoas, a ideia de uma presença sobrenatural é atraente, mas especialistas sugerem que essa crença pode ser influenciada por uma combinação de fatores culturais, históricos e até enganos do cérebro. Apesar da falta de provas concretas, o interesse por fantasmas tende a aumentar em tempos de incerteza, e a ciência e psicologia tem algumas explicações interessantes para o fenômeno.

De acordo com uma pesquisa da YouGov realizada em 2020, cerca de metade dos americanos acredita em fantasmas, e 20% afirmam já terem “visto” algum. A popularidade de vídeos paranormais em redes sociais, como no TikTok, também reforça essa crença, especialmente com clipes de supostas aparições e fenômenos em locais escuros. Esse tipo de conteúdo tem ajudado a manter o interesse por eventos sobrenaturais na era digital.

Especialistas como Chris French, professor do Goldsmiths College, explicam que, em situações de insegurança, as pessoas costumam buscar explicações para o desconhecido. O medo é um instinto de sobrevivência, e o cérebro humano é programado para identificar ameaças, o que gera vieses cognitivos. Quando ouvimos um som estranho à noite, é fácil imaginar que uma presença invisível esteja envolvida, mesmo que seja apenas um ruído comum.

French acredita que esses vieses são resquícios da evolução, pois nossos ancestrais precisavam estar atentos a ameaças externas. Hoje, essa predisposição nos leva a associar eventos normais, como objetos que caem, com algo potencialmente ameaçador e invisível. Em tempos de incerteza, essa reação natural do cérebro tende a se intensificar, aumentando a atração por histórias de fantasmas.

Outro fator é que momentos de grande estresse, como durante a pandemia, aumentaram o interesse pelo paranormal, oferecendo uma forma de lidar com o caos. Histórias sobre o sobrenatural funcionam como válvulas de escape e ajudam as pessoas a lidar com o imprevisível, servindo como um alívio psicológico em períodos conturbados. Quando não entendemos o caos que nos rodeia, frequentemente damos a ele uma imagem ou uma palavra, a compreensão ajuda a eliminar o medo.