Uma nova inteligência artificial pode diagnosticar várias doenças ao analisar células imunes no sangue. O estudo foi publicado na revista Science em 20 de fevereiro. A pesquisa testou a IA em 600 pessoas e conseguiu identificar quem estava saudável, tinha Covid-19, diabetes tipo 1, HIV ou lúpus. A ferramenta também detectou quem havia tomado a vacina da gripe recentemente.

A IA ainda precisa ser aprimorada. No futuro, pode ajudar a diagnosticar doenças sem testes definitivos, segundo Maxim Zaslavsky, cientista da Universidade de Stanford. Importante lembrar que o sistema imunológico registra doenças passadas e atuais por meio das células B e T. As células B produzem anticorpos, enquanto as T ativam respostas imunes ou eliminam células infectadas. Quando há uma infecção ou condição autoimune, essas células aumentam e produzem receptores específicos. Sequenciar os genes desses receptores pode revelar um histórico de doenças.

“As ferramentas atuais pouco exploram esse registro imunológico”, disse Zaslavsky à Nature. “Analisar células B e T juntas nos dá uma visão mais completa.” Os pesquisadores usaram seis modelos de machine learning para identificar padrões nos receptores das células B e T. A IA analisou 16,2 milhões de receptores de células B e 23,5 milhões de células T de 593 pessoas.

Entre elas, 63 tinham Covid-19, 95 eram HIV positivos, 86 tinham lúpus, 92 tinham diabetes tipo 1, 37 tomaram a vacina da gripe e 220 estavam saudáveis. Nos testes com 542 participantes, a IA atingiu 0.986 em uma métrica de precisão — sendo 1 o desempenho perfeito.