Fumar maconha nesta quantidade pode alterar seu DNA; Saiba o que diz estudo
Ao avançar na compreensão de como a canábis altera o funcionamento biológico, a pesquisa abre novas possibilidades para proteger a saúde mental dos usuários

A canábis é amplamente consumida no mundo, mas seus impactos no organismo ainda são pouco compreendidos. Um estudo recente publicado na Molecular Psychiatry trouxe novas evidências de que o uso da maconha de alta potência pode modificar o DNA, ajudando a explicar por que algumas pessoas desenvolvem psicose após o consumo. A pesquisa analisou amostras de DNA de 239 pessoas que enfrentaram um primeiro episódio de psicose e de 443 indivíduos saudáveis, identificando alterações distintas nos dois grupos.
Os cientistas destacaram o papel do THC, principal composto psicoativo da canábis, cujo teor tem aumentado em produtos comercializados, alcançando até 90% em alguns casos. Pesquisas anteriores já indicavam que o consumo diário de canábis com altos níveis de THC pode elevar em até cinco vezes o risco de psicose. Os sintomas incluem alucinações, delírios e paranoia, que são experiências debilitantes para os usuários.
O estudo apontou que o uso frequente da droga altera um processo chamado metilação do DNA, que regula a atividade dos genes. Essas alterações são particularmente significativas em genes ligados ao sistema imunológico e à produção de energia. Os pesquisadores enfatizaram que tais mudanças não podem ser atribuídas ao uso de tabaco, indicando que são realmente consequências do consumo de canábis.
Essas modificações epigenéticas, que afetam a expressão dos genes sem alterar sua estrutura, podem funcionar como biomarcadores para identificar pessoas mais vulneráveis a desenvolver psicose. Caso estudos futuros confirmem essa hipótese, será possível criar estratégias preventivas mais eficazes e informar os usuários sobre formas mais seguras de consumo.
Ao avançar na compreensão de como a canábis altera o funcionamento biológico, a pesquisa abre novas possibilidades para proteger a saúde mental dos usuários. Essa descoberta pode levar ao desenvolvimento de intervenções que reduzam os riscos associados ao uso da substância, contribuindo para um consumo mais consciente e seguro.