Histeria coletiva: conheça casos históricos de alucinação entre grupos humanos
Na Idade Média, esses fenômenos eram frequentemente interpretados como bruxaria, possessão demoníaca ou loucura

Histeria coletiva refere-se a situações onde sinais físicos ou psicológicos, como risos descontrolados, desmaios, náuseas e dores musculares, manifestam-se simultaneamente em várias pessoas, espalhando-se por comunidades, cidades e até países inteiros.
Na Idade Média, esses fenômenos eram frequentemente interpretados como bruxaria, possessão demoníaca ou loucura. Embora ainda haja divergências na comunidade científica sobre as causas, tais surtos costumam ser associados a elevados níveis de estresse emocional e psicológico. Vejamos alguns episódios históricos de histeria coletiva:
Entre os séculos XIII e XVII, a “praga da dança”, também chamada de dança de St. John ou St. Vitus, surgiu várias vezes pela Europa. O caso mais notório ocorreu em 1374, na cidade alemã de Aachen, onde centenas de pessoas dançaram descontroladamente por dias até desmaiarem de exaustão.
Ambientes como escolas, prisões e conventos eram comuns para esses surtos. No livro Epidemics of the Middle Ages, de 1844, J. F. C. Hecker relata um episódio em que uma freira, em um convento na França, começou a miar como um gato. Em pouco tempo, outras freiras adotaram o mesmo comportamento, e o fenômeno se espalhou entre todas as religiosas. O Exército precisou intervir, e as freiras só pararam após serem espancadas.
Um incidente similar ocorreu em 1962, na cidade de Kashasha, na Tanzânia. Três alunas de um internato feminino começaram a rir incontrolavelmente, contagiando outras colegas. O riso ininterrupto durou semanas e se espalhou para 14 escolas próximas, forçando o fechamento temporário de todas elas.
Outro exemplo notório de histeria coletiva são os julgamentos de Salem, em Massachusetts, Estados Unidos, entre 1692 e 1693. Várias jovens apresentaram surtos de gritos e contorções, levando a acusações de bruxaria. Como resultado, 25 pessoas foram executadas ou morreram devido às condenações e ao clima de pânico da época.