A eficiência energética, a redução da poluição, a manutenção mais barata e até a praticidade de recarregar o veículo em uma simples tomada parecem não ser argumentos suficientes para convencer alguns homens a adotarem os carros elétricos. Mas você sabia que a razão pode estar ligada à masculinidade? De acordo com um estudo publicado na Psychology of Men and Masculinities, a visão tradicional de masculinidade está, surpreendentemente, interferindo na escolha por veículos elétricos (EVs).
A pesquisa revelou que normas sociais e culturais ligadas à ideia de masculinidade tradicional têm feito muitos homens resistirem aos modelos eletrificados. Sim, é isso mesmo! Para alguns, o carro ainda é visto como um símbolo de poder e status, e a percepção de que os EVs são “menos masculinos” acaba atrapalhando o avanço dessas tecnologias sustentáveis.
Com a participação de 400 homens entre 18 e 85 anos, o estudo mostrou que 40% dos entrevistados evitam veículos elétricos por acreditar que eles afetam sua masculinidade. O conceito de “contingência de masculinidade” explica essa reação. Basicamente, muitos homens ainda associam sua identidade a padrões sociais que enaltecem características como força e agressividade — e, para eles, um carro elétrico simplesmente não transmite essa imagem.
Historicamente, carros têm sido uma extensão da identidade masculina, representando status, poder e força. E os EVs infelizmente ainda não carregam esse mesmo peso simbólico. Eles podem até ser tecnologicamente avançados, mas não parecem “fortes” ou “poderosos” o suficiente para satisfazer uma visão mais tradicional de masculinidade.
No entanto, há uma ironia no ar. Apesar de alguns homens se sentirem “fragilizados” ao pensar em dirigir um EV, eles são os mesmos que lideram pesquisas e estão imersos nos avanços tecnológicos que tornam esses veículos cada vez mais eficientes e atrativos. A transição para carros elétricos, ou para qualquer objeto de consumo, parece ser menos uma questão de tecnologia, avanço e praticidade do que de identidade.