IAs consomem quantidades alarmantes de água e ameaçam meio ambiente; entenda
Estima-se que ferramentas como o ChatGPT, da OpenAI, consumam cerca de meio litro de água para processar entre 10 a 50 solicitações.

O crescimento da inteligência artificial tem gerado avanços significativos, mas também trouxe preocupações, uma delas relacionadas ao impacto ambiental. Um dos principais desafios é o aumento do consumo de recursos hídricos, especialmente em data centers usados para suportar modelos de IA. Estima-se que ferramentas como o ChatGPT, da OpenAI, consumam cerca de meio litro de água para processar entre 10 a 50 solicitações.
Com milhões de usuários mensais, o impacto cumulativo no uso da água é significativo, como apontado por Shaolei Ren, pesquisador da Universidade da Califórnia, em Riverside. Esses dados foram divulgados pela CNBC, mas a OpenAI ainda não comentou o estudo. Os data centers são os principais responsáveis pelo elevado consumo de água, que é utilizada para resfriar os servidores.
Relatórios recentes de grandes empresas do setor ilustram o problema. A Microsoft, por exemplo, registrou um aumento de 35% em seu consumo de água entre 2021 e 2022, totalizando 1,7 bilhão de galões — volume suficiente para encher mais de 2.500 piscinas olímpicas. No mesmo período, o Google relatou um consumo de 5,6 bilhões de galões, um aumento de 21%. Ambas as empresas declararam estar desenvolvendo iniciativas para reduzir suas pegadas hídricas até o final da década.
Somya Joshi, do Instituto Ambiental de Estocolmo, destacou que a IA exemplifica um padrão recorrente na tecnologia: melhorias em eficiência muitas vezes levam ao uso ampliado de recursos, criando novos desafios. O aumento exponencial no consumo de água para resfriamento de máquinas pesadas e modelos de linguagem de grande porte é um reflexo desse ciclo.
A Microsoft anunciou investimentos em pesquisas para medir os impactos ambientais da IA, buscando maior eficiência energética e hídrica. Além disso, a empresa enfatiza que a inteligência artificial pode ser uma ferramenta útil para promover soluções de sustentabilidade. A Meta, por sua vez, planeja construir um data center que consumirá aproximadamente 665 milhões de litros de água por ano (176 milhões de galões), com um uso estimado de 195 litros por segundo.