O acúmulo de lixo eletrônico está entre os impactos do rápido desenvolvimento de novas tecnologias, como a Inteligência Artificial. Só em 2020, foi calculado 1,2 milhão de toneladas, segundo os cientistas da Academia Chinesa de Ciências, em parceria com a Universidade Reichman, de Israel. A mais recente previsão, ainda de acordo com os pesquisadores, é que até 2030, o volume deve crescer para 5 milhões de toneladas. Esse número é equivalente a quase dois smartphones descartados por cada uma das 8,5 bilhões de pessoas no mundo.

Isso ocorre porque empresas que desenvolvem tecnologia precisam de uma grande quantidade de equipamentos, como módulos de memória e dispositvos de armazenamento, que ficam obsoletos ao longo do tempo e precisam ser substituídos pelas versões mais modernas. O descarte desses eletrônicos é carregado de metais pesados tóxicos, como chumbo, cromo e mercúrio, que precisam de um descarte especializado para evitar danos ao meio ambiente.

A reciclagem poderia ser uma opção para solução do problema, conforme o próprio estudo, a implementação dessas medidas pode diminuir a produção de lixo eletrônico em até 86% no cenário mais otimista. Por outro lado, o obstáculo da reciclagem é a questão de segurança digital. Inúmeras empresas que temem o medo o vazamento de informações e códigos, e optam por destruir os equipamentos em vez de reutiliza-los ou descarta-los de forma adequada para a reciclagem.

Para o pesquisador Asaf Tzachor, da Universidade Reichman em Israel, o problema é uma questão comercial. “Para empresas e fabricantes, assumir a responsabilidade pelos impactos ambientais e sociais de seus produtos é crucial”, disse Asaf Tzachor, por e-mail do MIT Technology Review. “Dessa forma, podemos garantir que a tecnologia em que confiamos não venha às custas da saúde humana e planetária.”