O ouro e a prata são dois tipos de metais muito valorizados em que a indústria exige mineração, uma atividade que gera diversos problemas ambientais. Por isso, cientistas buscam encontrar maneiras mais sustentáveis com características semelhantes aos elementos nobres e que possa vir a substituir.

A descoberta mais recente veio de um grupo de pesquisadores da Universidade de Chiba, no Japão, em colaboração com a empresa Mitsubishi Pencil e outras instituições de ensino do país. O grupo conseguiu uma maneira de transformar peças baseadas em compostos orgânicos prateados em dourados a partir de irradiação UV. Os resultados foram publicados na revista ACS Applied Materials & Interfaces.

“Expandindo nossas descobertas anteriores sobre materiais de brilho metálico biomimético, conduzimos uma busca direcionada por estruturas moleculares capazes de fazer a transição entre prata e ouro”, explica o pesquisador Michinari Kohri, em comunicado. “Este esforço resultou na identificação de um novo material com propriedades desejáveis”.

O material proposto pelos cientistas para substituir os metais preciosos de extração é derivado do diacetileno (DA) com a incorporação do estilbenos através de ligamentos nas extremidades. O conjunto descrito foi denominado de “DS-DAn” em que “n” representa o número de carbonos do ligante (de 1 a 6). Depois de alguns ensaios, foi possível observar que DS-DA1 (o derivado com cadeia de carbono de ligação mais curta) tinha a aparência prateada, e pasme, seu brilho se tornou dourado após a irradiação UV.

Os especialistas acreditam que a polimerização toponímica parcial de diacetileno dentro da estrutura do material modificou seu tom de cor de prata para ouro. O material pode apresentar um brilho dourado seletivamente em áreas específicas quando exposto a luz.

“Ao eliminar componentes metálicos, nosso material inovador minimiza a pegada ambiental e o peso. Além disso, sua adequação para técnicas de desenho baseadas em laser UV abre novas possibilidades para impressão decorativa de alta qualidade”, conclui Kohri. “Uma exploração mais aprofundada de estruturas moleculares pode possibilitar expressar uma variedade maior de cores brilhantes”.