Pesquisadores da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, desenvolveram uma técnica chamada Reativação de Lucidez Direcionada (TLR) para induzir sonhos lúcidos. Essa abordagem combina um treinamento pré-sono com estímulos sensoriais aplicados durante o descanso. Os resultados, publicados na revista Consciousness and Cognition, mostraram que, durante a semana de uso do aplicativo TLR, a média de sonhos lúcidos dos participantes aumentou de 0,74 para 2,11 por semana.

O aplicativo desenvolvido oferece um treinamento noturno que inclui sugestões sonoras e instruções para aumentar a autoconsciência física, mental e emocional. Durante a noite, esses sons são reproduzidos para estimular a entrada no estado de sonho lúcido. Em testes subsequentes, os participantes que ouviram os sons treinados durante o sono mantiveram uma taxa de 17% de sonhos lúcidos, enquanto aqueles que não ouviram ou ouviram sons não relacionados apresentaram apenas 5% de incidência.

O professor Ken Paller, um dos líderes do projeto, destaca que ajustar o sono pode permitir que as pessoas modifiquem seus sonhos, abrindo portas para benefícios pessoais, como a prática de habilidades, resolução de problemas e crescimento espiritual. A próxima fase da pesquisa explorará o uso de tecnologias vestíveis para monitorar o sono REM e evitar despertares indesejados, visando aumentar ainda mais a eficácia na indução de sonhos lúcidos.

Para aqueles interessados em explorar sonhos lúcidos, técnicas como a Indução Mnemônica de Sonhos Lúcidos (MILD), que envolve ensaiar um sonho durante o dia e visualizar a lucidez, têm mostrado eficácia. No entanto, especialistas alertam para possíveis riscos, como a interferência na qualidade do sono, e recomendam cautela na prática dessas técnicas.

Você já percebeu que estava sonhando enquanto ainda estava dormindo? Este curioso fenômeno chama-se “sonho lúcido”, e especialistas acreditam que ele pode ajudar a otimizar o sono, bem como influenciar positivamente o humor no dia seguinte. Mas é possível controlar um sonho de forma proposital?

Pesquisadores da Universidade Northwestern, nos EUA, resolveram testar essa hipótese. Eles criaram uma técnica para induzir o estado de sonho lúcido, a partir de um método inovador conhecido como reativação de lucidez direcionada (TLR). O tal método combina um treinamento anterior ao momento de dormir com “pistas sensoriais”, que são aplicadas durante o sono. Confuso? A gente explica abaixo.

Para verificar a capacidade de instigar o estado de sonho lúcido, os neurocientistas da Northwestern desenvolveram um aplicativo TLR para smartphone e o testaram em voluntários. Os resultados foram publicados na edição de setembro deste ano da revista Consciousness and Cognition.

O aplicativo forneceu aos participantes um treinamento noturno, que deveria ser completado antes deles dormirem. A atividade incluía uma sugestão sonora e instruções para se tornarem mais lúcidos sobre sua situação física, mental e emocional. Ao longo da noite, o som era acionado novamente para estimular a entrada no sonho lúcido.

Durante a semana anterior aos testes, o grupo relatou 0,74 sonho lúcido, em média. Porém, na semana de uso do aplicativo, essa taxa saltou para uma média de 2,11 sonhos lúcidos.

“Esse é um aumento realmente grande para sonhos lúcidos. Ter sonhos lúcidos uma vez na semana já é muito”, explica Karen Konkoly, autora do projeto, em comunicado. “O objetivo desta linha de pesquisa era descobrir quantos sonhos lúcidos poderíamos evocar com apenas um smartphone e definir uma linha de base de facilidade e acesso para as pessoas”.

Não estava completamente claro, no entanto, se as dicas sonoras do aplicativo eram as responsáveis pela maior ocorrência de sonhos lúcidos. Portanto, para verificar com mais precisão esse fenômeno, a equipe refez os testes.

Todos ouviram sons que acionavam a lucidez do treinamento enquanto dormiam na primeira noite. Mas, na segunda noite, o aplicativo – sem o conhecimento dos usuários – mudou as coisas. Apenas 40 pessoas ouviram sons do treinamento enquanto dormiam. Outras 35 ouviram sons que não tinham praticado vinculando à lucidez e os 37 finais não ouviram nenhum som.

Se na primeira noite, 17% dos participantes relataram sonhos lúcidos, na segunda, as pessoas que ouviram os sons do treinamento mantiveram essa taxa de sonhos lúcidos. Mas apenas 5% das pessoas nos outros dois grupos tiveram sonhos lúcidos. Esse fato sugere que as dicas sonoras reais estavam de fato por trás da eficácia do aplicativo.

“Ajustar o sono abre a porta para as pessoas mudarem seus sonhos”, afirma Ken Paller, outro investigador do projeto. “Estamos adotando uma abordagem de engenharia do sono para usar o sono para benefícios pessoais, para praticar habilidades, resolver problemas e para crescimento espiritual e pessoal”.

Os pesquisadores dizem que a próxima fase da pesquisa experimentará tecnologias vestíveis que podem evitar despertares indevidos e determinar quando os usuários provavelmente estão em sono REM. Eles acreditam que essa avaliação pode aumentar ainda mais a taxa de sucesso.